Moon deve aproveitar a oportunidade para repor a posição da Coreia do Sul

Fonte: Diário do Povo Online    13.12.2017 09h19

A visita de Estado do presidente da República da Coreia, Moon Jae-in, à China, com início na quarta-feira, é certamente um novo sinal de que existe um descongelamento entre a relação sino-sul-coreana.

Porém, por muito agradável que possa soar aos ouvidos dos anfitriões, a sua promessa de não usar o sistema THAAD para fins não relacionados com a prevenção de ameaças nucleares de Pyongyang, será muito difícil de se verificar na prática.

Nem o seu apelo a que ambas as partes analisem a questão na perspetiva um do outro é capaz de mitigar os receios de Beijing relativamente à ameaça potencial do THAAD para a segurança nacional.

Seul não deve assumir que Beijing irá desistir do assunto simplesmente porque a sua instalação na Coreia do Sul é agora um fato consumado. Deve antes honrar os compromissos que firmou com Beijing.

Contudo, embora um descongelamento completo das relações possa ser um processo longo e difícil com o THAAD no caminho, a tentativa de Moon de atenuar as preocupações chinesas confere um ponto de alavancagem para a reparação das relações.

É essencial que ambas as partes sejam pragmáticas. Elas precisam demonstrar um sentido partilhado de urgência, trabalhando em conjunto na tarefa imperativa de desmantelar a bomba relógio na Península Coreana.

Apesar de Beijing e Seul se oporem à opção militar, têm ainda de se sentar à mesa de negociações para conferir as alternativas não-militares disponíveis e exequíveis.

E, embora Moon tenha por várias ocasiões expressado a sua oposição a qualquer opção de ataque militar como opção para lidar com a RPDC, o seu governo demonstrou pouca hesitação em se juntar aos EUA para responder às provocações de Pyongyang.

Se o míssil teste de Pyongyang de 29 de novembro e o exercício conjunto EUA-Coreia do Sul deram alguma indicação, nenhuma das partes parece pronta a abraçar a “suspensão dupla” proposta por Beijing e Moscou.

Não parece também existir qualquer sinal de que as Conversações a Seis Partes possam ser retomadas em breve. Pelo contrário, tem havido um pessimismo crescente sobre a possibilidade de uma resolução política após um enviado dos EUA ter voltado de Pyongyang.

A visita do Presidente Moon representa uma preciosa oportunidade para a China e a Coreia do Sul discutirem seriamente como lidar como Pyongyang e Washington para conseguirem encontrar uma via pacífica de terminar a crise. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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