Economia compartilhada: Estacionamentos são o novo alvo da tendência chinesa

Fonte: Diário do Povo Online    13.11.2017 13h48

A economia compartilhada não se limita às bicicletas, viagens de táxi e acomodação. Os parques de estacionamento se tornaram recentemente um grande mercado nas maiores cidades chinesas.

Estatísticas da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma demonstram que as principais cidades chinesas enfrentam uma escassez de lugares de estacionamento, dado que o rácio de automóveis para estacionamentos é de 1 para 0.8 nessas cidades.

Em Qingdao, uma cidade costeira na província chinesa de Shandong, 10.000 estacionamentos existentes passaram a ser compartilhados com o apoio da “Airparking”, uma plataforma de estacionamento compartilhado online, desenvolvida pela Guangzhou Yueting Network Technology.

Através da sua aplicação móvel, os utilizadores podem partilhar ou reservar um local de estacionamento. Os proprietários de estacionamentos podem partilhar a informação detalhada, incluindo o local, o número da licença e o tempo limite na plataforma.

Com esta informação, os utilizadores podem facilmente encontrar o local mais próximo para deixarem o seu veículo.

A média de preços para estacionamentos da Airparking é de 4 yuan por hora, quase o mesmo do que o custo deste serviço nos locais tradicionais de estacionamento. A empresa ficará com metade do custo de estacionamento dos proprietários dos locais.

“Ao invés de se construir uma garagem, o que leva mais tempo e tem custos mais avultados, o estacionamento compartilhado tem uma maior eficiência de custos, dado que melhora o tráfego e otimiza os recursos”, disse Jiang Xiaohai, vice-diretor da Brigada de Trânsito do distrito Shibei, uma das primeiras áreas da cidade a promover esta alternativa.

Qingdao é uma das cidades chinesas a encorajar o estacionamento compartilhado. Beijing, Shanghai e Hefei, todas começaram a testar o conceito.

O governo de Shanghai, por exemplo, melhorou mais de 6,500 locais de estacionamento compartilhados para encorajar o público a optar por este segmento.

De facto, o conceito de “estacionamento compartilhado” já existe deste há alguns anos, mas não foi ainda massivamente aceito pelos utilizadores.

“O maior problema da indústria de estacionamento compartilhado é que ela depende em larga medida do mercado offline, onde muitos grupos estão envolvidos. É difícil conseguir obter um equilíbrio entre eles”, disse Feng Zhidong, fundador da Airparking e especialista no ramo.

Ao contrário de outros setores de economia compartilhada, como as biciletas, o novo método de estacionamento engloba os condutores, proprietários de estacionamentos, empresas de gestão de propriedades e governos locais. Mesmo os residentes nas comunidades onde se situam os estacionamentos compartilhados estão preocupados com a segurança da sua comunidade se os espaços estiverem abertos a todos os carros.

Feng acrescentou que é também uma das razões pela qual a maior parte das empresas de estacionamento compartilhado da China estão a fazer negócios em uma escala pequena e não se tornaram firmas líderes em todo o país, tal como a empresa de e-hailing, Didi Chuxing.

Leng Bin, um residente de Qingdao que frequenta o centro financeiro, disse: “Encontrar um lugar para estacionar era uma dor de cabeça, especialmente quando tinha que tratar de assuntos em zonas lotadas. Graças ao estacionamento compartilhado, isso já não é mais um problema”. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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