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Secretário-geral da ONU destaca “perigo nuclear” no relatório de trabalho da Assembleia Geral

Fonte: Diário do Povo Online    20.09.2017 10h24
Secretário-geral da ONU destaca “perigo nuclear” no relatório de trabalho da Assembleia Geral
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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destacou na terça-feira o “perigo nuclear” perante a Assembleia Geral da organização, no dia em que o seu debate anual teve início.

 “Atualmente, as ansiedades globais em torno das armas nucleares estão no nível mais alto desde o final da Guerra Fria”, disse.

 “Milhões de pessoas vivem na sombra criada pelos testes nucleares e de mísseis provocatórios levados a cabo pela República Popular Democrática da Coreia”, acrescentou.

 “Eu condeno esses testes inequivocamente”, disse Guterres.

Durante o seu relatório de trabalho anual para a Assembleia Geral, Guterres disse que “o nosso mundo está em perigo. Há pessoas em sofrimento e raiva. Eles veem a insegurança a crescer, a desigualdade a crescer, o conflito a espalhar-se e o clima a mudar”.

Guterres listou algumas das ameaças mais sérias que o mundo enfrenta, incluindo o perigo nuclear, o terrorismo, conflitos por resolver, violações sistemáticas da lei humanitária internacional e alterações climáticas.

 “O uso de armas nucleares deve ser impensável. Mesmo a ameaça do seu uso não pode ser perdoada”, vincou.

 “Apelo à RPDC e a todos os estados membros para seguirem as resoluções do Conselho de Segurança”, prosseguiu.

O secretário-geral disse que a adoção unânime da resolução 2375 da semana passada “reforça as sanções e envia uma mensagem clara no que concerne às obrigações internacionais do país”.

 “Apelo ao Conselho para manter a sua unidade”, disse Guterres, acrescentando que “apenas essa unidade pode levar à desnuclearização da Península Coreana e — como a resolução o aponta — criar uma oportunidade para o processo diplomático resolver a crise”.

Uma vez mais, o líder da ONU reiterou que a solução “tem de ser política. Esta é uma época para a diplomacia”.

 “Não devemos sonambular para uma Guerra”, avisou.

Relativamente à ameaça terrorista, Guterres disse que “nada justifica o terrorismo — nenhuma causa, nenhuma queixa”.

 “O terrorismo continua a tomar proporções cada vez maiores de morte e devastação”, apontou, indicando que “está destruindo sociedades, desestabilizando regiões e divergindo energias de metas mais produtivas”.

Referindo-se à crise humanitária no estado de Rakhine no Myanmar, Guterres enfatizou que “as autoridades no Mianmar têm de terminar as operações militares, permitir o acesso desobstruído de ajuda humanitária e reconhecer o direito dos refugiados de regressarem em segurança e dignidade”.

 “Não iremos ser capazes de erradicar o terrorismo se não resolvermos os conflitos que estão criando a desordem na qual extremistas violentos despontam”.

Quando às alterações climáticas, António Guterres disse que “milhões de pessoas e trilhões de ativos estão em risco devido ao aumento do nível das águas e outros distúrbios climáticos”.

“Não devemos associar cada evento climático com as alterações climáticas. Mas os cientistas são unânimes em afirmar que tais episódios climáticos extremos são precisamente o que os seus modelos preveem que venha a ser a normalidade de um mundo cada vez mais quente”.

O líder da ONU urgiu aos governos para implementarem o Acordo de Paris com a maior das ambições, anuindo que está recetivo a iniciativas dos milhares de empresas privadas, incluindo empresas petrolíferas e de gás que apostam num futuro limpo e verde.


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