Opinião: resolução da ONU sobre a RPDC deve ser cumprida de forma integral

Fonte: Diário do Povo Online    18.09.2017 13h40

Por Su Xiaohui

Pyongyang

O caos na Península Coreana representa um incómodo para todo o mundo. A Coreia do Sul lançou na última sexta-feira um míssil balístico Hyunmoo-2 em resposta do lançamento de um míssil pela República Popular Democrática da Coreia (RPDC).

Perante o agravamento da tensão na região, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson apelou à China e à Rússia para adotarem “ações diretas” contra a RPDC, considerando que os dois países são, respetivamente, o fornecedor da maior parte do petróleo e o maior empregador de trabalhadores forçados deste país.

De fato, os EUA e seus aliados têm instado incessantemente a China a tomar uma maior responsabilidade e a aplicar mais medidas coercivas na questão da Península Coreana. A chamada “teoria da responsabilidade da China” é, na verdade, um sequestro moral. Devido ao fato da China tem uma política divergente dos EUA na questão, Washington acusa Beijing de “não se responsabilizar” ou até de “indulgenciar a RPDC”. A verdade é que a China nunca aceitou essa “responsabilidade forçada”.

A postura da China reside na insistência de um princípio justo e objetivo. A RPDC violou gravemente as resoluções do Conselho de Segurança (CS) da ONU com o seu novo teste nuclear, incorrendo numa ação que ignorou a oposição da comunidade internacional. A China concordou em interceder a favor da posição do CS, que aprovou a resolução 2375 no dia 11 de setembro. Tal reflete a unanimidade dos seus membros de manter a paz e estabilidade na Península, a favor da desnuclearização da região e da salvaguarda do sistema de não proliferação nuclear.

Concomitantemente, a China frisou que as medidas sancionatórias devem evitar ao máximo alcançar uma influência negativa no povo norte-coreano. As medidas não deverão também afetar as trocas comerciais legais do país com países estrangeiros, bem como a vida normal do povo e a situação humanitária. As sanções devem ter como objetivo conter o desenvolvimento de mísseis do país, ao invés de derrubar o regime de Pyongyang.

A China reiterou por várias ocasiões que a resolução da ONU deve ser cumprida de forma completa e integral. Por um lado, a China irá cumprir a resolução em questão, por outro, o país asiático defende que as sanções são apenas uma parte da resolução da ONU, não sendo a única medida possível para resolver a questão. Não podem ser ignorados os itens vinculados à retomada das negociações em busca de uma solução pacífica.

A China nunca apoiou a obtenção de armas nucleares por parte da RPDC, mas alertou também os EUA e seus aliados a não perturbarem a situação regional. A China espera manter o contato permanente com os EUA em torno da questão, esperando que Washington não vincule o comércio à questão nuclear da Península Coreana, por forma a não afetar as relações sino-americanas.

(A autora é a vice-diretora do Instituto da Estratégia Internacional da Academia dos Estudos Internacionais da China) 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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