Los Angeles, 12 set (Xinhua) -- Uma equipe de pesquisa internacional liderada por astrônomos chineses revelou uma evidência da energia escura dinâmica.
A descoberta, publicada recentemente em Nature Astronomy, com um artigo News & Views escrito por um especialista mundial em cosmologia, descobriu que a natureza da energia escura pode não ser a constante cosmológica introduzida por Albert Einstein 100 anos atrás, o que é crucial para o estudo de energia escura.
O novo estudo é apoiado pela Fundação Nacional de Ciências Naturais da China (NSFC, em inglês), Academia Chinesa de Ciências, e Newton Advanced Fellowship da Sociedade Real.
Revelar a natureza da energia escura é uma das importantes metas das ciências modernas. A propriedade física da energia escura é representada por sua Equação de Estado (EoS), que é a proporção de pressão e densidade energética da energia escura.
No modelo tradicional de Lambda-Matéria Escura Fria (LCDM), a energia escura é essencialmente a constante cosmológica, isto é, a energia de vácuo, com uma constante de EoS -1. Neste modelo, a energia escura não tem nenhuma característica dinâmica.
Em 2016, uma equipe dentro da colaboração SDSS-III (BOSS) liderada pelo professor Gong-Bo Zhao, dos Observatórios Astronômicos Nacionais da China (NAOC), fez uma medição bem sucedida de Oscilações Acústicas Bariônicas (BAO) em épocas cósmicas múltiplas com alta precisão.
Com base nesta medição e um método desenvolvido por Zhao para estudos de energia escura, a equipe de Zhao descobriu uma prova da energia escura dinâmica em um importante nível de 3,5 sigma. Isto sugere que a natureza da energia escura pode não ser a energia de vácuo, mas sim algum tipo de campo dinâmico, especialmente para o modelo quintom, cujo EoS varia com o tempo e cruza a fronteira -1 durante a evolução, segundo NAOC.
"Como a equipe de Zhao relatou neste trabalho, um modelo da energia escura dinâmica é capaz de reconciliar naturalmente as tensões entre as medições locais e primordiais de parâmetros cosmológicos no modelo de LCDM", disse à Xinhua o professor Xinmin Zhang, do Instituto de Física de Alta Energia (IHEP) da Academia Chinesa de Ciências (ACC).
"Isso é um passo crucial para entender a natureza da energia escura", acrescentou ele.
A dinâmica da energia escura precisa ser confirmada pelas próximas gerações de pesquisas astronômicas. A equipe aponta a próxima pesquisa Instrumento Espectroscópico de Energia Escura (DESI), que pretende começar a criar um mapa cósmico 3D em 2018.
Nos próximos cinco a dez anos, as maiores pesquisas de galáxia do mundo fornecerão observações que poderão ser chave para revelar o mistério da energia escura, segundo uma nota de imprensa de NAOC.