Com a chegada da Cúpula do BRICS realizada em Xiamen, na província de Fujian, o embaixador chinês no Brasil, Li Jinzhang, publicou um artigo no Diário do Povo, no qual afirma que a cooperação China-Brasil, dois dos maiores países em desenvolvimento do hemisfério oriental e ocidental, representam um modelo para as potências emergentes.
Li escreveu que o encontro em Xiamen poderá reforçar um novo padrão de avanços conjuntos nos domínios político, econômico e das humanidades do BRICS, bem como indicar a direção do desenvolvimento.
O encontro visa promover a integração de investimento comercial, a circulação de financiamento monetário, a conexão de infraestruturas e o intercâmbio de culturas. Além disso, a reunião irá abordar o novo modelo "BRICS+", o qual visa o reforço da cooperação entre os países emergentes e em desenvolvimento, bem como o estabelecimento de uma plataforma de cooperação sul-sul com influência global.
Tendo em consideração a corrente de protecionismo a ter lugar no comércio global, os BRICS irão se esforçar na construção de uma economia mundial aberta, na manutenção do sistema do comércio bilateral e no estabelecimento do novo modelo de administração global de negociação e compartilhamento conjunto.
A convite do presidente chinês Xi Jinping, o presidente brasileiro Michel Temer está entre 31 de agosto e 5 de setembro de visita de Estado à China, onde irá participar da Cúpula do BRICS. Li afirmou que a sua visita representa um marco importante para a promoção do desenvolvimento da parceria estratégica global.
Desde o estabelecimento das relações diplomáticas, há 43 anos, a relação entre os dois países tem vindo a ser pautada pelo respeito e apoio mútuo em questões que envolvem os interesses fundamentais das duas nações, bem como os grandes assuntos internacionais. O desenvolvimento das relações China-Brasil é consensual entre todos os quadrantes do Brasil.
De acordo com o artigo, a cooperação sino-brasileira tem apresentado resultados significativos nos últimos anos. Na primeira metade deste ano, o valor do comércio bilateral atingiu os 42 bilhões de dólares, aumentando em 35%, em comparação com o mesmo período do ano transato. O Brasil se tornou, entretanto, o maior destino de investimento para a China, com valores de investimento superiores a 40 bilhões de dólares.
O Fórum de Investimentos Brasil 2017 apurou valores de 20 bilhões de dólares em investimentos, alocando um suporte financeiro para a cooperação sino-brasileira. As empresas chinesas realizaram no Brasil colaborações no setores de eletricidade, energia, agricultura e produção de equipamentos. Quer em termos de escala ou profundidade, a cooperação Brasil-China assume o papel de modelo no seio do BRICS.
O intercâmbio cultural entre os dois países é também notável, em grande parte devido às parcerias realizadas na imprensa, instituições educacionais e think-tanks. Os traços culturais emblemáticos do Brasil, como o samba e o carnaval, passaram a ser alvo da atenção do povo chinês.
O Bienal Internacional de Curitiba, uma das exposições artísticas mais importantes da América Latina, elegeu pela primeira vez a China como país convidado principal neste ano. A cidade brasileira inaugurou também a Praça da China, com uma estátua de Confúcio, aumentando o número de referências do país oriental em solo brasileiro.