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Os pandas gigantes e a intensa atividade sísmica de Sichuan

Fonte: Xinhua    10.08.2017 14h43

Chengdu, 10 ago (Xinhua) -- Todas as vezes quando um forte terremoto sacode a Província de Sichuan, sudoeste da China, os fãs de pandas no mundo todo ficam com o coração apertado.

Um terremoto de 7 graus de magnitude atingiu o distrito de Jiuzhaighou, uma popular zona turística, às 21h19 da terça-feira a uma profundidade de 20 quilômetros.

O Centro de Conservação e Pesquisa do Panda Gigante confirmou rapidamente que os pandas e o pessoal na base, a 400 quilômetros do epicentro, não foram afetados.

As inspeções preliminares confirmaram que nenhum panda foi ferido e suas casas de criação em diversas reservas do centro permaneceram intactas.

No entanto, o terremoto aconteceu perto de um corredor de migração de pandas e pode ter impacto os animais na natureza, segundo Gu Xiaodong, vice-director de uma estação de proteção local de animais na natureza.

Os pandas gigantes vivem principalmente nas montanhas de Sichuan e nas províncias vizinhas de Shaanxi e Gansu. Devido à redução do habitat e à muito baixa taxa de natalidade, apenas cerca de 1,8 mil vivem na natureza, enquanto que aproximadamente 300 moram em cativeiro.

As reservas de pandas cobrem 60% do habitat de pandas e 70% dos exemplares selvagens. Muitos habitam em Sichuan, onde os terremotos e a fragmentação do habitat afetaram o modelo de reprodução deles.

Os desastres secundários, como deslizamento de terra, também mudam o habitat, diminuindo a quantidade de comida disponível e aumentando os perigos para os animais que vivem na natureza.

Em 12 de maio de 2008, um abalo de 8 graus danificou a Reserva de Pandas de Wolong de Sichuan. Muitos dos pandas e de pessoal foram transferidos a outra instalação, em Yan'an, a 140 quilômetros da capital provincial de Chengdu.

A instalação sofreu com uma situação similar, quando um terremoto de 7 graus afetou o distrito de Lushan em 20 de abril de 2013. O centro informou pequenos danos e os 61 pandas que moram no centro não se feriram.

Um novo centro de reprodução e pesquisa de pandas, financiado pelo governo da região administrativa de Hong Kong, foi construído em um terreno montanhoso menos escarpado na reserva de Wolong, com uma capacidade de atender 80 pandas em cativeiro.

Dois anos depois do terremoto, Wolong recomeçou o programa de treinamento de pandas nascidos em cativeiro para que vivam na natureza.

Gu indicou que depois do terremoto de 2008 foi introduzido um plano de resgate de pandas gigantes. Os moradores locais devem relatar os casos de pandas feridos ao centro de proteção de animais selvagens, que enviará veterinários e pessoal do centro para comprovar a condição do animal.

As autoridades locais de recursos florestais também tomam medidas para restaurar o habitat dos pandas depois do sismo.

Em 2016, o governo provincial emitiu um plano sobre a criação de um parque nacional de pandas gigantes que pode unir os habitats isolados.

O parque, que contará com uma área de 27.134 quilômetros quadrados, tem como objetivo recuperar os corredores que unem 67 reservas em seis cordilheiras montanhosas. Permitirá que os pandas selvagens se acasalem com outros de distintas zonas para enriquecer a reserva genética e elevar seu número na natureza.

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