ORDOS, 4 de ago (Diário do Povo Online) – Residentes em áreas desérticas na Região Autônoma da Mongólia Interior, no norte da China, saíram da pobreza e passaram a ter melhor qualidade de vida após o turismo de deserto ter sido introduzido na região.
O Deserto de Kubuqi em Ordos, o 7º maior deserto na China, com uma área de 18.600 quilômetros quadrados, era fonte de frequentes tempestades de areia que atingiam as regiões do norte do país.
O ambiente inóspito resultou na pobreza para os habitantes locais. A vida da maioria deles dependia da criação de animais domésticos.
Nos últimos 30 anos, grandes esforços foram feitos para lidar com a desertificação e elevar o nível de vida dos residentes.
Em seguida, foi introduzido um modelo de negócios inovador que incorpora governos regionais, empresas e habitantes locais, com o objetivo de proteger o ambiente da região e criar emprego.
Com a liderança dos governos e o investimento das empresas, agricultores e pastores começaram a cultivar plantas medicinais, construir estações de energia solar e desenvolver instalações turísticas.
Em 2006, governos locais e o Elion Resources Group – uma companhia envolvida na proteção ambiental ecológica – investiram na construção de uma nova aldeia.
A aldeia de Doodgatsaa reuniu 36 famílias dispersas e lhes ofereceu treinamento gratuito. Após concluído, os aldeões começaram a fazer os seus próprios negócios.
“No passado, vivíamos em casas precárias, construídas com grama seca e lama”, disse Tserenbaabuu, um pastor de 41 anos de idade da aldeia.
Tserenbaabuu e a sua família vivem agora em uma casa de 110 metros quadrados.
Ele acrescentou que o seu rendimento total aumentou para 200 mil yuans (30.300 dólares), 10 vezes do que no passado, quando criação de animais domésticos era a única fonte de rendimento.
Segundo ele, a prosperidade do turismo na região mudou a sua vida.
O ponto turístico nacional, a região turística de turismo ecológico do Deserto de Qixinghu, surgiu quando desenvolvedores começaram a explorar os recursos do turismo do deserto. O lugar atraiu anualmente mais de 120 mil turistas.
O ponto turístico ajudou a promover o turismo em aldeias próximas, incluindo a aldeia de Doodgatsaa, que foi equipada com 32 apart-hotéis.
Em cooperação com dois pastores, Tsenrenbaabuu comprou 20 veículos para condução off-road no deserto, com ajuda de instituições bancárias em Ordos.
Para apoiar o negócio, ele construiu um hotel familiar que pode receber 20 turistas, acompanhado por um restaurante para servir refeições.
Uma casa como a sua pode gerar em média 120 mil yuans por ano, em comparação com o rendimento de cerca de 10 mil yuans antes de 2006.
A China tem uma área total de desertos de mais de 2,6 milhões quilômetros quadrados, de acordo com o Fórum Internacional do Deserto de Kubuqi, realizado na semana passada.
As experiências acumuladas no Deserto de Kubuqi podem ser um modelo para compartilhar no país e em todo mundo, segundo participantes do fórum.
