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Enfoque da China: pagamento sem dinheiro vivo toma a China

Fonte: Xinhua    01.08.2017 13h52

Guangzhou, 1º ago (Xinhua) -- WeChat e Alipay, os dois principais aplicativos de pagamento online da China, recomendarão, por meio de campanhas em agosto, que os consumidores não usem dinheiro vivo nem cartões na vida cotidiana.

O não uso de dinheiro vivo é uma nova característica dos chineses: 84% se sentem confortáveis saindo apenas com celulares, mostrou na segunda-feira uma pesquisa da Tencent com o Instituto de Chongyang para Estudos Financeiros da Universidade Renmin e a empresa francesa de pesquisa de mercado Ipsos.

Gao Jingwen, na faixa dos 20 anos, nem se lembra de quando pagou com dinheiro vivo pela última vez.

"Eu não preciso de dinheiro em restaurante, médico, para pagar a luz e a água. Eu não posso pensar em um lugar em que não possa pagar com meu smartphone."

Zhang Shucui, 67, levava uma grande quantidade de moedas quando ia ao mercado no distrito de Haidian, em Beijing, mas aquele tempo passou.

"O código QR substituiu a cesta de moedas na frente dos caixas. Faz muito tempo que eu tinha que procurar uma moeda em todos os meus bolsos."

Mais de 70% dos 6.500 entrevistados na pesquisa da Tencent podem viver mais que uma semana com apenas 100 yuans (US$ 15) em dinheiro vivo, e 52% usam dinheiro vivo em 20% do que gastam.

Mei Houdui, um comerciante de produtos eletrônicos em Shenzhen, recentemente quis pegar emprestado algum dinheiro para o filho gastar em uma festa, mas não conseguiu porque ninguém tinha dinheiro vivo no bolso.

UM GRANDE BOLO

O novo padrão de pagamento convenceu os consumidores chineses com conveniência e flexibilidade, reduzindo o uso de cartão e dinheiro vivo.

"Alipay ou WeChat?" é a pergunta mais frequente que se faz em uma loja na China. Cartões e dinheiro vivo, os métodos de compras um vez dominantes, viraram a segunda opção em menos de cinco anos.

"As companhias de pagamento móvel estavam preocupadas com o futuro delas há quatro anos, mas a expansão da tecnologia excedeu a imaginação das pessoas", disse Li Gang, professor do Instituto de Pesquisa da Tencent.

Segundo o Banco Popular da China, 157 trilhões de yuans em pagamentos foram feitos em dispositivos móveis na China no ano passado, mais de 200 vezes que nos Estados Unidos. O número deve crescer 50% por ano, disse.

SEM GRANDE SURPRESA

Não é por acaso que o pagamento móvel se expandiu tão rápido na China. Segundo uma pesquisa da eMarketer, a falta da "cultura do cartão de crédito" da China beneficiou a popularização dos pagamentos móveis, especialmente nas cidades pequenas e áreas subdesenvolvidas.

A Associação de Pagamento e Liquidação da China disse que os usuários de pagamento móvel em vilas pequenas e zona rural respondem pela metade das transações. A percentagem de usuários na zona rural é muito mais alta que nas capitais provinciais.

"O pagamento móvel se tornou a norma, e as companhias e marcas não podem ignorar o fato", disse Li.

O WeChat Pay recrutou vários milhões de vendedores offline. O Alipay anunciou que 10 milhões de lojas tradicionais assinaram acordo para promover a vida sem dinheiro vivo.

O pagamento móvel também ajudou a melhorar os serviços obsoletos e demorados em escritórios do governo e setores públicos.

Em Xi 'an, no noroeste do país, quase 70% dos motoristas pagam as suas multas via WeChat em vez de perder tempo em longas filas.

Os pacientes em Guangzhou estão acostumados a marcar a consulta e pagar com smartphone.

O WeChat mostrou que mais de 300 cidades têm plataformas dos serviços públicos que aceitam os pagamentos de WeChat.

Os dois gigantes da internet se expandem ativamente no exterior desde o ano passado. O Alipay pode ser usado em centenas de milhares de lojas em mais de 70 países, e o Wechat aterrissou em 19 países e regiões, incluindo Japão, Tailândia e a República da Coreia do Sul, destinos mais populares entre os turistas chineses.

"A porta para um novo mundo se abriu, e o infinito futuro nos aguarda", disse Jia.

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