Organização das Nações Unidas, 14 jul (Xinhua) -- O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, pediu nesta quarta-feira a responsabilidade pelo uso de armas químicas na Síria, ao se encontrar com Edmond Mulet, chefe de um painel que lidera tais investigações.

Guterres se encontrou com três membros do painel que lidera a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW) – Mecanismo de Investigação Conjunta da ONU (JIM) em Nova York.

"Eles (os membros do painel) enfatizaram sua determinação de prosseguir com as investigações dos incidentes de Um Housh e Khan Shaykhun de forma completa, independente, imparcial e profissional", disse o porta-voz do gabinete da ONU em comunicado.

O JIM foi criado pelo Conselho de Segurança para identificar "na medida do possível” indivíduos, entidades, grupos ou governos perpetrando, organizando, patrocinando ou envolvidos no uso de produtos químicos como armas na Síria.

Na semana passada, o painel atualizou o conselho sobre o andamento de seu trabalho. Mais tarde Mulet disse a jornalistas que o JIM está atualmente investigando dois incidentes em que as armas químicas foram supostamente usadas: o ataque de 4 de abril em Khan Sheikhoun no noroeste da Síria e outro incidente em Um Housh, em setembro do ano passado.

O alegado uso de armas químicas em Khan Sheikhoun matou mais de 80 pessoas. Washington acusou as forças do governo sírio de realizar esse ataque químico, enquanto o governo sírio negou as acusações e culpou os rebeldes pelo ataque.

Além disso, o incidente em Um Housh provou ser um ataque de gás mostarda que feriu duas mulheres. Os locais culparam o Estado islâmico (ISIS) pelo uso das armas proibidas.

Na reunião, Guterres pediu a todas as nações que apoiem a investigação do JIM.

"O secretário-geral enfatizou ainda que o uso de armas químicas constitui uma grave violação do direito internacional e que os indivíduos responsáveis por qualquer uso de armas químicas devem ser responsabilizados", lê-se no comunicado.

"O secretário-geral afirmou que a comunidade internacional deve atuar de forma robusta para enfrentar esses crimes e garantir o respeito pelo regime internacional que proíbe o uso de armas químicas", foi adicionado.