Português>>China

Professor catedrático português defende papel da globalização no crescimento mundial

Fonte: Diário do Povo Online    13.07.2017 16h03

Por Rita Zhang e Andreia Carvalho

Manuel Porto, professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, encontra-se na China para participar o 10º Simpósio de Talentos de Alto Nível, realizado na cidade litoral de Qingdao.

Em entrevista ao Diário do Povo Online, Manuel Porto afirmou estar totalmente de acordo com a construção de uma economia global aberta, defendida pela China e pelo G20, que se reuniu recentemente em Hamburgo.

“A China é um bom exemplo de que o crescimento foi maior com a abertura do que com o protecionismo. Quando a China se começou a abrir, começou a crescer”, afiançou

O professor explicou o papel dos espaços regionais, da União Europeia, ou do Mercosul, ou outros, como espaços de internacionalização que não contrariam a abertura do comércio mundial. “Quando criamos espaços regionais, é uma maneira de aproximar as economias e isto é bom para nós e para a globalização”.

Referindo a atual situação do Brexit, relacionada com a chegada de imigrantes à Grã-Bretanha, Manuel Porto defendeu que a imigração pode também ser vista como uma oportunidade de desenvolvimento.

“A vinda de imigrantes é um enriquecimento (…) há muitos países que cresceram devido aos imigrantes. As novas potências, o Brasil, os EUA, têm imigrantes”, afirmou.

A Europa preocupa-se agora com a chegada de 800 mil imigrantes da Síria, e outros países vizinhos, para uma população de 507 milhões de habitantes. “Em Portugal, depois da descolonização de 1975, regressaram ao país 800 mil retornados de África, para uma nação de 9 milhões. E foi um enriquecimento para o país. As pessoas são necessárias para o desenvolvimento da economia”, exemplificou.

Quanto à globalização, Manuel Porto deu alguns exemplos de conhecidos cujo percurso é impulsionado pela globalização, seja por motivos académicos, nas universidades no exterior onde traçam amizades com pessoas provenientes de outros países, seja por motivos profissionais, que se deslocam a outras partes do mundo para exercer funções.

“Estamos aqui 4 falantes de português, 2 de Portugal, um de Cabo Verde e uma do Brasil. E é curioso esta ligação que se cria aqui na China.”

Manuel Porto referiu que visitou a China várias vezes, para dar aulas em Macau e durante os 10 anos de deputado no Parlamento Europeu, no qual fazia parte da delegação oficial com a China.

“Vim à China oficialmente 3 vezes. E estive na China durante as negociações da transição de Hong Kong e Macau”.

Além dos motivos profissionais, o professor tem familiares a residir na China. “Tenho uma filha a viver em Macau, e 3 dos meus netos falam mandarim, por isso tenho uma ligação muito forte à China”. 

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar: