Uma casa de luxo no Rio de Janeiro, a apenas 23 quilômetros do centro da cidade, está no mercado há mais de dois anos.
A casa, com quatro quartos, totalmente mobilada e com uma piscina com vista para o Oceano Atlântico, pertence a um francês que reduziu o preço do equivalente a 2 milhões de dólares para cerca de 1,3 milhões.
"O mercado está em crise, parou tudo, está estagnado, então estamos vendendo a casa por cerca de 30% a menos do que o preço de mercado e, pelo que sei, é imbatível", disse a gerente de propriedade Tatiana Ortenzi.
A casa é listada por uma agência imobiliária de luxo, cujo fundador está tentando tirar o máximo proveito de um mercado em dificuldades - exigindo que os investidores reconheçam as oportunidades que o mercado apresenta.
"Então, quando temos em consideração o facto de que o preço cai, tendo em conta a taxa de câmbio e a probabilidade do imposto sobre a transação aumentar no próximo ano, acho que agora é um ótimo momento para comprar imóveis no Rio", comentou o agente imobiliário Frederic Cockenpot .
Mas não são apenas os preços das casas de luxo que estão a descer. De acordo com a Associação de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro, existem mais de 40 mil imóveis vazios na cidade, à espera de compradores.
Este cenário é visível no afamado bairro de Copacabana, onde dezenas de sinais de "venda" e "aluguel" podem ser vistos na maioria das ruas.
"Depois de 2015, os preços caíram no Brasil em mais ou menos 10%, e no Rio entre 15% e 20%", revelou Leonardo Schneider, vice-presidente da Secovi, a maior associação de corretores de imóveis do Rio. "Por que o Rio está sofrendo mais? Porque no Rio de Janeiro, foram criadas grandes expectativas em volta dos Jogos Olímpicos de verão ".
O que os agentes imobiliários não previram foi a recessão mais profunda e mais longa da história do Brasil. Agora, os agentes esperam que os caçadores de pechinchas mantenham a indústria viva, à medida que investem em oportunidades únicas para adquirir as suas casas de sonho na cidade.