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Brasil é firmemente comprometido com o BRICS, diz ministro Aloysio Nunes

Fonte: Xinhua    21.06.2017 08h39

Por Bi Yuming

O chanceler chinês Wang Yi recebeu o seu homólogo brasileiro,Aloysio Nunes, em Beijing, a 16 de junho

Beijing, 21 jun (Xinhua) -- O ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes declarou que o Brasil é firmemente comprometido com o BRICS e a cúpula que o bloco realizará em setembro na cidade chinesa de Xiamen.

O presidente Michel Temer dá grande importância ao BRICS e virá para a cúpula com uma delegação de empresários que participará do Fórum Empresarial do BRICS, afirmou na segunda-feira o ministro em entrevista à Agência de Notícias Xinhua em Beijing, onde se reuniu com os outros chanceleres do bloco.

Nunes afirmou que todos eles falaram "com uma só voz" em defesa do multilateralismo, do livre comércio e da necessidade de buscar soluções negociadas para conflitos regionais e desafios globais, como a mudança climática. "Devo destacar o quão oportuna foi a realização dessa reunião."

Em 2006, a primeira reunião de chanceleres do Brasil, Rússia, Índia e China foi realizada em paralelo à Assembleia Geral da ONU. Em 2009, a Rússia sediou a primeira reunião oficial do então BRIC. A África do Sul entrou no ano seguinte, e o grupo passou a se chamar BRICS.

Com isso, 2017 abre a segunda década do grupo. O que esperar dela? "São muitas as frentes de cooperação já existentes no BRICS e ainda mais numerosas são as possibilidades de aprofundamento e expansão da parceria." Para o Brasil, uma maior aproximação entre cidadãos, empresas e instituições acadêmicas é algo a ser promovido com ênfase, "pois pode trazer grande benefício às relações entre os nossos cinco países."

O ministro destacou o diálogo entre o grupo no campo econômico, pois as tendências antiglobalização mencionadas pela China no Fórum Econômico Mundial "são preocupações comuns aos cinco países". Nunes indicou que existe a possibilidade de tomarem uma ação conjunta contra o protecionismo comercial e outras tendências que podem prejudicá-los.

Exaltou a importância do grupo nos assuntos internacionais, tendo em vista que cobre grande parte do território, população, PIB e outros aspectos mundiais. "A gradual consolidação dele desde a primeira cúpula de líderes, em 2009, permite que esse enorme potencial seja mobilizado também no campo das relações internacionais."

Para o Brasil, o BRICS pode contribuir positivamente para aperfeiçoar as instituições de governança global nos campos político, diplomático, econômico, financeiro e comercial. A atuação conjunta nas negociações sobre a reforma do FMI e a criação do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS são "dois bons exemplos da crescente importância que o BRICS desempenha nos assuntos internacionais contemporâneos".

As relações sino-brasileiras se "expandiram muitíssimo nos últimos anos". O ministro lembrou que a China é o maior parceiro comercial do Brasil e que este é um destino de primeira grandeza para os investimentos chineses no exterior. No Brasil, eles se concentram em energia, transportes e agropecuária e mais recentemente vem crescendo a cooperação financeira bilateral, acrescentou.

O fato de "Brasil e China serem os maiores países em desenvolvimento nos hemisférios ocidental e oriental, respectivamente", "põe em evidência a importância de ambos em diversos temas que extrapolam a esfera bilateral, como paz e segurança internacionais, reforma da governança econômica global e enfrentamento à mudança do clima".

"O Brasil é um dos maiores receptores de investimento direto estrangeiro e, nessas condições, está aberto também aos investimentos que vierem da China, inclusive no âmbito do Cinturão e Rota", afirmou o chanceler ao elogiar essa iniciativa proposta por Beijing.

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