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Destaque: Disputa diplomática dos Estados árabes e Qatar continua em meio a possível relaxamento

Fonte: Xinhua    16.06.2017 13h38

Beijing, 16 jun (Xinhua) -- Desde o anúncio de corte dos laços diplomáticos com o Qatar, o grupo saudita de países árabes continuou impondo pressão sobre o país do Golfo, embora surjam sinais de relaxamento da tensão.

Na segunda-feira passada, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos (Emirados Árabes Unidos), juntamente com alguns outros países, cortaram os laços diplomáticos com o Qatar, acusando o estado do Golfo de apoiar e financiar o "terrorismo", além de interferir em seus assuntos internos.

A falha diplomática ocorreu poucos dias depois do fórum de Riyad, onde o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu às nações árabes sunitas que isolassem o Irã e assegurassem a seus aliados árabes que o Irã "nunca teria uma bomba nuclear".

Esta crise diplomática marca um novo ponto baixo no Conselho de Cooperação do Golfo desde 1992, quando um tiroteio na fronteira entre a Arábia Saudita e Qatar deixou dois mortos do Qatar e um saudita.

POSIÇÃO FIRME CONTRA O QATAR

O embaixador dos Emirados Árabes Unidos nos Estados Unidos, Yousef Al Otaiba, disse na terça-feira que os Estados Unidos deveriam considerar mudar sua base aérea do Qatar e pediram que a administração de Donald Trump use seu poder para pressionar o Qatar.

No entanto, ele também disse a jornalistas em Washington que não havia medidas militares tomadas pelos poderes árabes contra o Qatar, que abriga cerca de 10 mil soldados dos EUA em uma base militar não muito longe de Doha.

Questionado sobre o pedido do Secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, para que os Emirados Árabes Unidos e outros países do Golfo tomem medidas para aliviar a crise, ele disse: "Isso não vai acontecer".

Tillerson e o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, trabalharam nos telefones tentando acalmar a crise entre os países árabes.

Em Dubai, o Ministro de Estado dos Emirados Árabes Unidos disse na segunda-feira que a solução-chave para a crise diplomática em curso está na Arábia Saudita.

As diferenças cresceram mais cedo depois que Trump e o rei saudita Salman Bin Abdulaziz comprometeram uma posição unida contra o Irã, acusando a República Islâmica de patrocinar o "terrorismo" no Iêmen, no Líbano e em outros lugares do Oriente Médio.

Por outro lado, a Autoridade de Aviação Civil Geral dos Emirados Árabes Unidos disse na terça-feira que se comprometeu com a decisão de 5 de junho de proibir todas as companhias aéreas e aeronaves Qatari registradas no Qatar de aterrissar em aeroportos estaduais ou atravessar seu espaço aéreo soberano.

SINAIS DE RELAXAMENTO DA TENSÃO

No domingo, o presidente dos Emirados Árabes, o xeique Khalifa Bin Zayed Al-Nahyan e o rei saudita, Salman Bin Abdulaziz Bin Saud, indicaram que dem mostrar leniência com as famílias dos Emirados e sauditas no Qatar.

"É o começo da razão e da sabedoria?" disse em sua conta no Twitter Anwar Mohammed Gargash, Ministro de Estado para Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos.

Também no domingo, o Kuwait disse que o Qatar estava pronto para ouvir as preocupações dos estados árabes do Golfo que romperam os laços diplomáticos e econômicos com ele, informou o jornal saudita Arab News. O Kuwait tem se esforçado para mediar a crise entre os lados envolvidos.

O Departamento de Estado dos EUA disse na terça-feira que foram feitos progressos para resolver a crise entre o Qatar e os seus vizinhos do Golfo, depois de altos funcionários dos EUA conhecerem os principais atores no impasse.

"Eu caracterizaria o humor e a abordagem para isso como sendo um que é esperançoso, que acredita que o pior está atrás de nós", disse a porta-voz Heather Nauert aos repórteres.

"Tenha em mente que todos concordaram ou essas partes estão trabalhando para um acordo de combate ao terrorismo, e esse é o foco principal", disse ela.

APOIO ESTRANGEIRO AO QATAR

Em meio a tensões entre países árabes, vários países apoiaram firmemente o Qatar por diferentes meios.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, criticou na segunda-feira as sanções impostas contra o Qatar, dizendo que não eram humanitárias nem islâmicas, e exortou o Golfo e os países árabes a resolverem a crise.

Uma delegação de três membros das Forças Armadas turcas (TSK) visitou o Qatar desde segunda-feira para os preparativos para a implantação de uma base militar no país, uma mudança para apoiar o estado rico em petróleo do Golfo.

A Turquia, juntamente com Marrocos, forneceu comida para o Qatar.

O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, afirmou nesta terça-feira que o Iraque rejeita o isolamento de qualquer estado da região do Golfo, pedindo cooperação para impedir o financiamento do terrorismo.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse na sexta-feira que estava preocupada com a situação no Qatar, acrescentando que todas as nações do Golfo, e também o Irã e a Turquia, deveriam trabalhar juntas para encontrar uma solução para a disputa regional.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Sigmar Gabriel, pediu na sexta-feira esforços diplomáticos para resolver a crise.

Enquanto o Departamento de Estado dos EUA chamou os poderes árabes para aliviar a pressão sobre o estado do Golfo, o presidente dos EUA, Donald Trump, exigiu que o Qatar deixasse de apoiar o terrorismo.

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