O “Rainbow”, um drone não tripulado (UAV, na sigla inglesa) alimentado a energia solar, e o primeiro drone solar a operar no espaço próximo, conduziu com sucesso um voo a 20 quilômetros de altitude.
A equipa do projeto, sob a alçada da China Aerospace Science and Technology Corporation (CASTC), anunciou na terça-feira (13) que o CH UAV viajou sem complicações no espaço próximo durante 15 horas, finalizando o trajeto estipulado antes de aterrar em segurança.
A “Fly Highp”, a região do espaço próximo, situada entre os 20 a os 100 km acima do nível do mar, contém ar rarefeito, que reduz o desempenho dos motores tradicionais a combustível das aeronaves.
No entanto, os drones solares, como o Rainbow, conseguem operar sem obstruções nesta área e espera-se que tais aeronaves possam voar continuamente durante um período igual ou superior a alguns meses, disse Li Guangjia, diretora do projeto.
O CH UAV, com uma envergadura de asa de 45 metros, está equipado com painéis solares e ostenta um elevado rácio custo-eficiência, visto não precisar de ser reabastecido durante missões de longo prazo, acrescentou Shi Wen, engenheiro-chefe do projeto.
Além disso, as funcionalidades de alimentação de energia solar do drone, permitem que este não polua a atmosfera, tornando-o amigo do ambiente, disse Shi.
Com o sucesso do voo do Rainbow, a China passa a ser o terceiro país a dominar a tecnologia de drones solares do espaço próximo, atrás dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Os Estados Unidos desenvolveram drones solares como o "Helios", enquanto o Reino Unido enviou o "Zephyr" a uma altitude de mais de 15 km em 2007.
A equipa do CH UAV informou que o projeto superou desafios em várias áreas tecnológicas importantes durante o seu desenvolvimento, tais como: aerodinâmica, controlo de voo e eficácia de uso energético.
Foi necessário um ano para debelar as questões relacionadas com o controlo de precisão em condições atmosféricas desfavoráveis, a fim de assegurar um voo mais fiável.
“Com a criação do drone Rainbow, novas tecnologias e produtos, incluindo materiais derivados do grafeno, células solares avançadas e métodos inovadores de armazenamento de energia, serão também desenvolvidos, visando a promoção da indústria de aviação da China”, disse Shi.
(img) Drone solar chinês Rainbow durante o voo de teste, a 24 de maio de 2017.
De acordo com o plano do projeto, o CH UAV terá uma capacidade quase equivalente à de um satélite no futuro, podendo substituir algumas das funções dos satélites de telecomunicações no fornecimento de serviços de retransmissão de dados.
Também se espera que possa vir a ser usado como "plataforma móvel de Wi-Fi aérea" possibilitando telecomunicações móveis convenientes e o acesso à Internet a áreas remotas e ilhas, economizando os enormes custos de construção e manutenção dos meios de comunicação tradicionais.
O CH UAV será também capaz de realizar estudos florestais e agrícolas, bem como, em caso de desastres, alertar precocemente e monitorar os mesmos em tempo real, acrescentou Shi.
"Em situações de terremoto, inundação ou incêndio florestal, nas quais as telecomunicações são interrompidas, os veículos podem fornecer serviços que permitem estabelecer a comunicação com as áreas afetadas", disse Shi.