Português>>China

O Cinturão e Rota aos olhos de pessoas comuns

Fonte: Xinhua    08.05.2017 13h39

Rio de Janeiro, 8 mai (Xinhua) -- No porto de Gwadar, no sudoeste do Paquistão, Afchad administra uma loja de conveniência chinesa de 30 metros quadrados.

Massas, salgados, molhos e latas são empilhados em um canto, e vários lanches são exibidos em uma prateleira de vidro, incluindo tofu picante cozido, um alimento especial muito popular na China.

A maioria dos clientes da loja são chineses, construtores do Corredor Econômico China-Paquistão, um programa de cooperação sob a Iniciativa do Cinturão e Rota lançada em 2013. Graças ao projeto, Gwadar, uma cidade costeira de pesca, atualmente tem recebido diversos investidores. A implementação do Cinturão e Rota trouxe mudanças significativas para a vida de Afchad, e outras pessoas de Gwadar.

QUEM PROCURA, ACHA

Para aqueles que vivem em Kantone, uma pequena aldeia em Mianmar, a eletricidade há muito tempo esperada, se tornou uma realidade, devido a um projeto de mina de cobre viabilizada pela iniciativa do Cinturão e Rota.

"Nós assistimos televisão todos os dias, temos aparelhos de ar-condicionado, que eram completamente inimagináveis no passado", disse Pu Maung, residente local.

O projeto de mina de cobre Letpadaung em Monywa, em Mianmar, foi lançado em 2012 pela China Wanbao Mining Copper Ltda. Sua construção foi repetidamente interrompida por protestos de algumas pessoas locais insatisfeitas com as aquisições de terras, e preocupadas com o possível impacto ambiental.

A Wanbao fez grandes esforços para conquistar a compreensão e o apoio das populações locais, aliviando preocupações, resolvendo problemas, e oferecendo uma série de medidas que beneficiaram o sustento das pessoas. A mina de cobre foi finalmente colocada em operação em março de 2016.

Atualmente todas as 33 vilas perto do local, relocadas ou não, têm eletricidade. Isso não é habitual em Mianmar, onde frequentes apagões ocorriam devido à falta de energia, mesmo nas grandes cidades.

Para ajudar os aldeões a superar a pobreza, a empresa chinesa também lhes ensinou aptidões de trabalho, e forneceu capital inicial para alguns moradores montar fábricas de tijolos, de cimento, fazendas de frango e equipes de reboque. Uma equipe médica móvel de Yangon também foi contratada pela Wanbao para prestar serviços às comunidades.

Nos últimos anos, os moradores viram sua renda aumentar significativamente, e serviços médicos e infraestruturas melhoraram muito. Aqueles que costumavam se opor ao projeto Letpadaung, agora competem para trabalhar para ele. Uma vaga na mina de cobre pode atrair até 100 candidatos.

DA SOBREVIVÊNCIA À PROSPERIDADE

"Obrigado" foi a palavra repetida muitas vezes por Pablo Cordova, durante sua conversa com o presidente chinês Xi Jinping, em 18 de novembro de 2016.

"Quero expressar minha sincera gratidão ao Senhor Presidente pela ajuda de seu país ao Equador", disse Pablo, de 52 anos, para Xi, na sede da ECU-911 em Quito.

Um ano atrás, um terremoto de magnitude 7,8, o pior em 70 anos, atingiu o país sul-americano e matou mais de 600 pessoas. O terremoto destruiu o hotel onde Cordova trabalhava em Portoviejo, uma cidade da província ocidental de Manabí. Ele ficou preso debaixo de detritos por 46 horas antes de ser resgatado, graças a uma chamada do ECU-911.

O sistema nacional ECU-911, construído por uma subsidiária da China Electronics Corp., é um centro de comando de auxílio a resposta em desastres. Mas no dia a dia, funciona também como uma rede de segurança. Atualmente, existem 16 centros ECU-911 em todo o país. Para Cordova, a tecnologia chinesa salvou sua vida.

Já para Lotfy Rajae, a tecnologia chinesa é o início de seu empreendimento e a fundação de sua carreira de sucesso. Vinte e seis anos atrás, Rajae tinha 18 anos e tinha aprendido algumas habilidades em reparação mecânica com seu pai. Ele foi recrutado pela Sinohydro Corp, uma empresa estatal chinesa.

"Os mecânicos chineses são altamente qualificados, aprendi com cada um deles e gradualmente me tornei um mecânico especializado", disse Rajae.

Os métodos de computação que aprendeu com seus professores chineses, estabeleceram uma base sólida para sua carreira, acrescentou.

Rajae agora possui propriedades diversificadas na Tunísia, incluindo o recém-inaugurado Forest Club, que abrange mais de 20 mil metros quadrados, e possui várias instalações desportivas. Seu negócio abrange desenvolvimento imobiliário, construção de projetos municipais, negociação de automóveis e publicidade.

Em 2015, Rajae e a Sinohydro conseguiram uma licitação conjunta para um projeto de construção de uma grande barragem no oeste do país. Depois de começar como mecânico, Rajae avançou na carreira e tornou sócio da Sinohydro.

"A Sinohydro é como minha mãe, sem ela, eu nunca seria quem eu sou hoje", disse Rajae.

DA CONECTIVIDADE À RECIPROCIDADE

Segundo Kareyev, um pescador que trabalha em Vladivostok há anos, ultimamente um grande número de pescadores russos exportam mariscos, caranguejos-rei e lagostas para a vizinha China.

Vladivostok é o centro administrativo da região Primorsky, no Extremo Oriente russo. A iniciativa do Cinturão e Rota, proposta pela China, foi bem recebida pelo governo da região, informou o governador Vladimir Miklushevsky à Xinhua.

A região e a China compartilham uma fronteira comum que se estende por 1.100 km. Dois corredores de trânsito, um que liga o Porto de Nakhodka com a Província de Heilongjiang da China, e outro que conecta o Porto de Zarubino com a Província de Jilin na China, estão em construção para conectar a Ásia à Europa, comercializar produtos, aumentar o intercâmbio pessoal e promover o desenvolvimento econômico.

O posto de controle na fronteira entre a cidade chinesa de Suifenhe, na Província de Heilongjiang, e a cidade russa de Pogranichny, em Primorsky, está cheio de caminhões de carga russos, carregados de madeira, mariscos, petróleo e outros produtos. Não há tempo a perder para entrar na China.

Sergey, um dos motoristas de caminhão no posto de controle, disse à Xinhua que ele geralmente faz uma ida e volta por dia no inverno, e duas quando fica mais quente.

Para o piloto de cargueiro, o cazaque Daulet, esta região tem grandes possibilidades devido a reforma de uma antiga estrada acidentada de Almaty, a capital do Cazaquistão, para Horgos, uma cidade fronteiriça na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, na China.

"A movimentação de oito a nove horas de Almaty para Horgos seria encurtada para cinco ou até quatro", disse Daulet, notando que ele quer dirigir para Xinjiang, e visitar a China quando o projeto estiver concluído.

A estrada é parte de uma estrada transregional que liga Lianyungang, na Província de Jiangsu do leste da China, a St. Petersburgo, Rússia. Trata-se de um projeto de infraestrutura da Iniciativa do Cinturão e Rota da China, que também liga a rede rodoviária europeia.

O fortalecimento das opções de transporte permitiu uma oferta de bens mais estável para os comerciantes, e uma maior seleção de produtos alimentícios nos supermercados. Os produtos agrícolas importados da China, como alho-poró, feijão de corda e alho, vieram diversificar a dieta invernal do povo cazaque, que incluía apenas couves, batatas e cenouras.

Na outra extremidade dessas transações de transportes, o povo chinês está começando a se familiarizar com as especialidades cazaques, tais como o leite do camelo e as salsichas de carne de cavalo. A expansão do moderno serviço de infraestrutura do Cinturão e Rota está melhorando a renda dos residentes locais dos países participantes.

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar: