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Elaboradores de políticas aludem a reformas sem pausa apesar da melhora econômica

Fonte: Xinhua    27.04.2017 15h20

Beijing, 27 abr (Xinhua) -- Uma reunião de alto nível enviou novos sinais para mais reformas estruturais na China apesar da melhoria acima do previsto na segunda maior economia do mundo.

As autoridades devem basear seu julgamento sobre a situação econômica "na lógica de nova normalidade" e impulsionar firmemente a reestruturação estratégica, segundo uma reunião do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista China (PCCh) na terça-feira.

Há "fatores cíclicos" atrás da melhora econômica, e a China ainda tem um caminho longo para percorrer e enfrenta muitos desafios em reestruturar sua economia, segundo a reunião.

Esforços devem ser feitos para "garantir que as reformas estruturais no lado da oferta sejam aprofundadas", disse.

Esses pedidos, sob o contexto de um forte desempenho da economia chinesa no primeiro trimestre, mostraram que os elaboradores de políticas estão com mentes lúcidas e perseverarão com as reformas estruturais, muito necessárias, comentaram economistas.

A reunião foi uma lembrança que as autoridades não devem ser complacentes com os bons dados econômicos e se tornar relaxadas em reformas, segundo Xu Hongcai, economista do Centro Chinês para Intercâmbios Econômicos Internacionais.

Ainda é cedo para julgar se a recuperação econômica sustentará, advertiu ele, observando que a melhoria no primeiro trimestre foi relacionada ao começo de um ciclo de recuperação na economia mundial e dependente fortemente no crescimento de investimento imobiliário e em infraestrutura.

O produto interno bruto (PIB) do país se expandiu 6,9% em termos anuais no primeiro trimestre de 2017, ante o crescimento de 6,8% no trimestre anterior e 6,7% em 2016.

O crescimento no primeiro trimestre superou as expectativas do mercado, de 6,8%, e ficou bem acima do objetivo para o crescimento anual, de ao redor de 6,5%.

Enquanto o avanço pode ser atribuído às reformas anteriores para reduzir a capacidade excessiva de produção industrial e impulsionar o consumo e a inovação, um melhor ambiente externo também desempenhou um papel apoiador.

O Fundo Monetário Internacional atualizou na semana passada sua previsão para o crescimento econômico mundial em 2017, de 3,4% na sua previsão em janeiro para 3,5%. Tanto a zona do euro como o Japão receberam previsões mais altas de crescimento.

Em março, as exportações da China denominadas em dólar aumentaram 16,4% em termos anuais, em comparação com um declínio de 1,3% em fevereiro e um aumento de 7,9% em janeiro.

Porém, o ambiente externo é longe de estável. Mais aumentos em taxas de juros nos Estados Unidos afetarão os fluxos de capitais mundiais, enquanto o crescente protecionismo pode ameaçar o crescimento do comércio, disse Ning Jizhe, chefe do Departamento Nacional de Estatísticas.

No dentro, embora os dados sobre as atividades de fábricas, lucros das companhias e emprego sejam mais fortes, alguns indicadores apontaram riscos persistentes para baixo.

O crescimento do investimento industrial acelerou para 4,9% no primeiro trimestre, mas ficou ainda bem abaixo da taxa de crescimento de 9,2% no investimento geral em ativos fixos, mostraram dados oficiais.

Durante o mesmo período, o consumo contribuiu com 77,2% do crescimento do PIB, mas o crescimento das vendas ao varejo desacelerou para 10% ante os 10,4% no ano passado.

"A dinâmica da recuperação está ainda relativamente fraca, e muito deve ser feito para manter a tendência positiva", disse Ning.

Para apoiar o crescimento sustentável, são necessárias reformas aprofundadas para acelerar a transformação da economia, dos motores antigos de crescimento para os novos, disse Zhang Liqun, pesquisador do Centro de Pesquisa do Desenvolvimento do Conselho de Estado (gabinete chinês).

Ele pediu por mais fortes medidas para reduzir a alavancagem na economia, diminuir a capacidade excessiva da produção industrial e estoques imobiliários, e rebaixar os custos corporativos.

O bem começo para a economia no primeiro trimestre demonstrou o efeito das reformas estruturais no lado da oferta e, ao mesmo tempo, criou condições favoráveis para avançar nessas reformas, segundo Zhang.

A reunião do PCCh na terça-feira pediu mais esforços para construir um firme ambiente comercial, abrir mais setores aos investidores e melhorar as expectativas do mercado.

A reestruturação industrial será firmemente impulsionada para melhorar os setores tradicionais e fomentar novo ímpeto de crescimento, com o fim de rejuvenescer a economia real e facilitar a transformação econômica, segundo a reunião.

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