Rio de Janeiro, 13 abr (Xinhua) -- Estados Unidos, França, Rússia e Israel estão interessados em utilizar o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), situado no estado de Maranhão, no nordeste do Brasil, e estão buscando formar uma parceria com o país sul-americano, informaram fontes governamentais.
Ao finalizar na quarta-feira uma visita ao CLA para conhecer suas instalações e mais detalhes sobre o programa espacial brasileiro, o ministro da Defesa brasileiro, Raul Jungmann, afirmou que o centro pode vir a receber em breve o lançamento de foguetes destes países.
"Na semana passada, um grupo de franceses visitou o centro de lançamento e segundo as informações, o CLA está em condição operacional, o que significa que, caso haja demanda, poderia lançar foguetes dentro do prazo de uma semana", disse Jungmann.
Como segunda base de lançamento de foguetes da Força Aérea Brasileira, o CLA é a sede dos testes com o Veículo Lançador de Satélites e sua finalidade é realizar missões de lançamento de satélites.
No entanto, ele indicou que qualquer acordo com países interessados sempre levará em consideração a soberania do Brasil.
Jungmann informou também que está conversando com a direção da Embrael Defesa, uma divisão da fabricante de aviões Embraer para que a empresa e a Telebras, que são parceiras na Visiona, também assinem acordos com o CLA.
A Visiona é a empresa que contratou da francesa Thales o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC).
"Também vou procurar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para que o banco possa apontar formas de fomento para o centro de lançamentos", anunciou o ministro.
Según Jungmann, levando-se em conta que o valor de lançamento de um satélite varia atualmente entre US$ 30 milhões e US$ 120 milhões, caso ceda sua base de lançamento a outros países, o Brasil poderia arrecadar entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,5 bilhão.