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China desenvolve tecnologia de perfuração a água quente para facilitar expedição na Antártida

Fonte: Xinhua    07.04.2017 08h25

Changchun, 7 abr (Xinhua) -- A China anunciou nesta quarta-feira que completou testes controlados de seu primeiro equipamento de perfuração a água quente, que é capaz de perfurar uma profundidade de 1.500 metros de gelo e será usado para a pesquisa na Antártida.

Esse é o quarto teste no aparelho, conduzido na Universidade de Jilin, Província de Jilin, no nordeste da China.

A perfuração, que usa água quente pressurizada para derreter e furar o gelo, é capaz de perfurar 1.500 metros na Plataforma de Gelo Amery na Antártida, anunciou o painel de avaliação depois de uma revisão in loco.

"A perfuração será inestimável para a exploração científica da Antártida da China", disse Zhao Yue, chefe do painel e pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Geológicas.

O painel concordou em fazer mais testes e disse que o equipamento deve ser usado na próxima 34ª expedição antártica da China em novembro.

Uma vez passar nos testes na Antártida, a China será o terceiro país do mundo a ter dominado a perfuração a água quente para mais de 1.000 metros, depois dos Estados Unidos e Austrália.

O equipamento chinês pode furar mais profundamente do que o australiano, e tem mais funções do que o norte-americano, disse Li Yuansheng, chefe da equipe de pesquisa e pesquisador do Instituto Chinês para Pesquisa Polar.

Li disse que a perfuração ajuda na detecção de plataformas de gelo.

Essas são plataformas de gelo flutuantes entre geleiras e a superfície do oceano. Segundo Li, as plataformas de gelo subterrâneas, no estado entre derretimento e congelamento, têm um importante efeito nas folhas de gelo continentais, massas de água e correntes do oceano.

Os cientistas conhecem pouco sobre como as plataformas de gelo afetam o oceano, especialmente dado o aquecimento mundial, explicou Li. A perfuração com água quente pode ajudar.

O objetivo é instalar detectores nos buracos perfurados, e os ligar a um sistema de monitoramento central.

De acordo com o especialista, isso ajudará cientistas chineses a capturar mais dados, não só sobre as plataformas de gelo, mas também o aquecimento global.