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Tweets de Trump sobre escutas se referem à vigilância geral feita por Obama, diz porta-voz da Casa Branca

Fonte: Xinhua    14.03.2017 15h30

Washington, 14 mar (Xinhua) -- O presidente dos EUA, Donald Trump, se refere a vigilância geral em seus tweets acusando as escutas telefônicas de Obama, disse na segunda-feira o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.

"Acho que não há dúvida de que na administração Obama havia ações sobre vigilância e outras atividades que ocorreram nas eleições de 2016," disse Spicer na entrevista coletiva diária da Casa Branca.

"O presidente usou a palavra escutas telefônicas entre aspas para significar, amplamente, vigilância e outras atividades," disse Spicer.

"A Câmara e os Comitês de Inteligência do Senado irão agora olhar esta questão e publicar um relatório. Eu acho que houve inúmeros relatórios de uma variedade de pontos nos últimos dois meses que parecem indicar que houve diferentes tipos de vigilância durante a eleição de 2016," acrescentou.

Perguntado se os americanos "podem confiar que algo é verdadeiro" quando Trump comenta algo, Spicer respondeu que sim, a menos que o presidente esteja brincando.

"Se ele não está brincando, é claro," Spicer respondeu. "Toda vez que ele fala com autoridade, ele está falando como presidente dos Estados Unidos."

As declarações de Spicer vieram depois do aumento na pressão do Capitólio, com pedidos de que a administração de Trump fornecesse provas de que o telefone de Trump estava sendo grampeado antes do dia da eleição.

"Eu acho que o presidente tem duas escolhas: ou retrair ou fornecer as informações que o povo americano merece, porque, se o seu predecessor violou a lei, se o Presidente Obama violou a lei, temos uma séria questão aqui, no mínimo,” disse no domingo John McCain, presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado.

No dia 4 de março Trump afirmou em vários tweets que Obama tinha colocado várias escutas telefônicas na Trump Tower antes de sua vitória eleitoral, mas sem oferecer nenhuma evidência.

"Terrível, descobri que Obama tinha grampeado" meu telefone "na Trump Tower pouco antes da vitória, nada encontrado, isso é o Macarthismo!" tuitou Trump.

"É legal para um presidente em exercício ‘grampear’ um concorrente durante uma corrida para a presidência antes de uma eleição? Recusado pela corte mais cedo. Uma nova baixa!” Ele acrescentou em seus tweets subsequentes.

"Eu aposto que um bom advogado poderia fazer um grande caso do fato de que o presidente Obama estava grampeando meus telefones em outubro, logo antes da eleição!"

"Quão baixo o presidente Obama foi ao grampear meus telefones durante o processo de eleição. Isto é Nixon/Watergate. Mau (ou doente) cara!" Trump disse no Twitter, soletrando "tap" como "tapp".

Horas depois que Trump tuitou, o porta-voz de Obama disse que a acusação de Trump era "simplesmente falsa".

"Uma regra fundamental da Administração Obama foi que nenhum funcionário da Casa Branca jamais interferisse em qualquer investigação independente conduzida pelo Departamento de Justiça," disse o porta-voz de Obama, Kevin Lewis, em um comunicado.

"Como parte dessa prática, nem o presidente Obama nem nenhum funcionário da Casa Branca jamais ordenou a vigilância de qualquer cidadão americano. Qualquer sugestão em contrário é simplesmente falsa," disse Lewis.

Ben Rhodes, ex-assessor de segurança nacional de Obama, tuitou na época que os presidentes não podem simplesmente encomendar escutas como Trump sugere.

Houve sugestões de que os contatos entre a equipe de campanha Trump e a Rússia foram apanhados por agências de inteligência como parte da vigilância de rotina dos russos. Trump e seus assessores negaram ter havido contatos impróprios.