China descarta gigantesco plano de estímulo econômico

Fonte: Xinhua    02.03.2017 13h55

Beijing, 2 mar (Xinhua) -- A China não alagará a economia com investimento governamental porque a segunda maior economia do mundo está buscando por um crescimento econômico mais estável e saudável, disse na quarta-feira um funcionário do principal órgão de planejamento econômico do país.

"Ao contrário, a China se concentrará na reforma no lado da oferta para obter uma expansão modesta da demanda agregada", disse o secretário-geral da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, Li Pumin, em uma coletiva de imprensa.

Li fez as declarações ao responder uma pergunta sobre a possibilidade de introduzir um grande plano de estímulos como o de 2008.

No fim de 2008, o governo chinês introduziu uma série de medidas de estímulo para alargar a demanda doméstica e impulsionar o crescimento econômico em meio à crise financeira global. O programa de dois anos envolveu um investimento total de 4 trilhões de yuans.

"Os planos de estímulo são usados sob circunstâncias especiais para impulsionar a demanda débil com investimento governamental", assinalou Li, acrescentando que isso é diferente à escala do investimento em ativos fixos.

Informou-se que 23 regiões de nível provincial anunciaram um volume de investimento em ativos fixos de cerca de 45 trilhões de yuans (US$ 6,54 trilhões) para 2017, o que gerou preocupações sobre um gigantesco plano de estímulos.

Li descartou as preocupações ao dizer que o volume do investimento em ativos fixos é o agregado em vez de investimento recém-acrescentado e que inclui o investimento dos setores público e privado.

O volume do investimento em ativos fixos das 32 regiões de nível provincial da China aumentou anualmente 7,9% para 60,65 trilhões de yuans em 2016 e poderia subir para 65 trilhões de yuans, acrescentou Li.

Depois que a economia chinesa entrou em uma etapa de "nova normalidade", as principais dificuldades são a oferta do produto derivado em vez da demanda, indicou.

As autoridades chinesas deterão o aumento da capacidade de produção excessiva e de projetos redundantes, além disso, farão mais esforços para satisfazer a demanda com oferta efetiva, acrescentou.

A China está tentando fazer a transição de seu modelo de crescimento impulsionado pela exportação e investimento para um que obtenha força do consumo, inovação e setor de serviços.

O consumo contribuiu com 64,6% ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, taxa que representa um aumento de 4,9 pontos percentuais em relação aos de 2015, mostraram dados oficiais.

Ao mesmo tempo, a China decidiu adotar uma política monetária "prudente e neutra" em 2017 para manter a liquidez em um nível apropriado e evitar grandes injeções.

Dados oficiais divulgados na quarta-feira mostraram que o Índice de Gerentes de Compras do setor manufatureiro da China expandiu pelo sétimo mês consecutivo em fevereiro para chegar a 51,5%, uma maior evidência de que a segunda maior economia do mundo se está estabilizando em meio à perspectiva global incerta.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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