Comércio petrolífero entre China e Brasil beneficia várias partes

Fonte: Diário do Povo Online    17.02.2017 14h06

A Petrobras assinou em dezembro do ano passado uma série de acordos multilaterais de empréstimo e comércio com três empresas congéneres da China – PetroChina, Sinochem e Zhenhua Oil.

Com a entrada em vigor desses acordos de cooperação, o comércio petrolífero entre os dois países, dá assim entrada num período de benefício multilateral.

“Nesse modelo de cooperação, as empresas chinesas, instituições financeiras e companhias brasileiras, poderão todas obter benefícios compartilhados”, afirmou Zhu Wenjin, presidente da sucursal da PetroChina no Brasil.

Segundo os acordos firmados, o Banco de Desenvolvimento da China (BDC) irá conceder um empréstimo de 5 bilhões de dólares à Petrobras. Em troca, as três empresas petrolíferas supracitadas podem obter um contrato de fornecimento de petróleo de 5 milhões de toneladas por ano, ao longo de 10 anos.

Por seu turno, a Petrobras não só conquistará um apoio financeiro para a exploração do petróleo e um mercado estável, como passará a dispor de mais escolhas no mercado petrolífero doméstico.

Em 2007, o Brasil descobriu o petróleo pré-sal nas águas ao sudeste do país, calculando uma reserva de até 70 bilhões de barris, sendo esta considerada a maior descoberta de petróleo no mundo após o início do novo século.

A China, por sua vez, é agora um parceiro importante do Brasil na exploração deste produto.

No caso dos acordos referidos, o BDC concede empréstimos de longo prazo à Petrobras, que capacitará esta última de aumentar a produção e, posteriormente, efetuar vendas para a China.

Para o banco chinês, o empréstimo pode ser pago pelas empresas petrolíferas chinesas. Tal cooperação poderá estimular o comércio energético entre a China e o Brasil, diversificando as fontes de importação do petróleo do país asiático.

De facto, o modelo de cooperação referido existe em vários mercados no mundo, tais como a Venezuela, Equador e Rússia.

Atualmente, o investimento levado a cabo por petrolíferas chinesas no exterior se foca nos setores de exploração e refinaria, perante a concorrência da Shell, BP e Total, que têm ramificações em todos estes setores.

“Estamos cientes disso e vamos fazer ajustes,” afirmou Zhu Wenjin. “Na próximo etapa, a PetroChina tentará obter resultados na venda e distribuição nos mercados estrangeiros.”

A empresa chinesa deu já o primeiro passo na distribuição de produtos petrolíferos no mercado brasileiro. Em 2016, a PetroChina havia vendido ao Brasil 700 mil toneladas de óleo refinado, uma parte dos quais proveniente de uma refinaria chinesa.

“Pela primeira vez o óleo vendido por uma petrolífera chinesa foi visto no mercado brasileiro”, afirmou Zhu.

Para as empresas petrolíferas da China, a América Latina é um mercado importante de distribuição. “No futuro, vamos reforçar a capacidade de venda de óleo refinado na América Latina para estarmos expostos a todos os mercados na região”, disse Zhu, acrescentando que espera ver, em breve, postos de abastecimento operados pela China naquela região geográfica. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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