
A Petrobras assinou em dezembro do ano passado uma série de acordos multilaterais de empréstimo e comércio com três empresas congéneres da China – PetroChina, Sinochem e Zhenhua Oil.
Com a entrada em vigor desses acordos de cooperação, o comércio petrolífero entre os dois países, dá assim entrada num período de benefício multilateral.
“Nesse modelo de cooperação, as empresas chinesas, instituições financeiras e companhias brasileiras, poderão todas obter benefícios compartilhados”, afirmou Zhu Wenjin, presidente da sucursal da PetroChina no Brasil.
Segundo os acordos firmados, o Banco de Desenvolvimento da China (BDC) irá conceder um empréstimo de 5 bilhões de dólares à Petrobras. Em troca, as três empresas petrolíferas supracitadas podem obter um contrato de fornecimento de petróleo de 5 milhões de toneladas por ano, ao longo de 10 anos.
Por seu turno, a Petrobras não só conquistará um apoio financeiro para a exploração do petróleo e um mercado estável, como passará a dispor de mais escolhas no mercado petrolífero doméstico.
Em 2007, o Brasil descobriu o petróleo pré-sal nas águas ao sudeste do país, calculando uma reserva de até 70 bilhões de barris, sendo esta considerada a maior descoberta de petróleo no mundo após o início do novo século.
A China, por sua vez, é agora um parceiro importante do Brasil na exploração deste produto.
No caso dos acordos referidos, o BDC concede empréstimos de longo prazo à Petrobras, que capacitará esta última de aumentar a produção e, posteriormente, efetuar vendas para a China.
Para o banco chinês, o empréstimo pode ser pago pelas empresas petrolíferas chinesas. Tal cooperação poderá estimular o comércio energético entre a China e o Brasil, diversificando as fontes de importação do petróleo do país asiático.
De facto, o modelo de cooperação referido existe em vários mercados no mundo, tais como a Venezuela, Equador e Rússia.
Atualmente, o investimento levado a cabo por petrolíferas chinesas no exterior se foca nos setores de exploração e refinaria, perante a concorrência da Shell, BP e Total, que têm ramificações em todos estes setores.
“Estamos cientes disso e vamos fazer ajustes,” afirmou Zhu Wenjin. “Na próximo etapa, a PetroChina tentará obter resultados na venda e distribuição nos mercados estrangeiros.”
A empresa chinesa deu já o primeiro passo na distribuição de produtos petrolíferos no mercado brasileiro. Em 2016, a PetroChina havia vendido ao Brasil 700 mil toneladas de óleo refinado, uma parte dos quais proveniente de uma refinaria chinesa.
“Pela primeira vez o óleo vendido por uma petrolífera chinesa foi visto no mercado brasileiro”, afirmou Zhu.
Para as empresas petrolíferas da China, a América Latina é um mercado importante de distribuição. “No futuro, vamos reforçar a capacidade de venda de óleo refinado na América Latina para estarmos expostos a todos os mercados na região”, disse Zhu, acrescentando que espera ver, em breve, postos de abastecimento operados pela China naquela região geográfica.
Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online