Penitenciárias brasileiras registram mais um dia de mortes e violência

Fonte: Diário do Povo Online    16.01.2017 14h36

Ao menos 26 prisioneiros mortos, de entre os quais vários decapitados e desmembrados, sendo que 28 outros se encontram a monte, foram registrados após dois incidentes ocorridos em duas prisões brasileiras, segundo relatos das autoridades no domingo.

Em um dos incidentes, membros da unidade antimotim da “polícia militarizada” controlaram a penitenciária de Alcaçuz após a alvorada, no domingo, em Nísia Floresta, após um motim no sábado ter deixado cerca de 30 presidiários mortos, de acordo com a Globonews.

“O número de mortos no motim... poderá superar os 30”, refere a Globonews, citando fontes policiais.

A Associated Press citou o gabinete de segurança estatal do Rio Grande do Norte, que apontava a morte de 26 pessoas.

Sendo a maior penitenciária do estado, Alcaçuz está localizada a 30km da capital estadual, Natal, e foi construída para alojar 620 presidiários. Porém, está atualmente sobrelotada, contendo 1,150 ocupantes.

Em um comunicado, a Secretaria Nacional de Segurança Pública classificou o motim como o “resultado de uma disputa entre gangues rivais”.

Imagens de vídeo capturadas dentro da prisão, partilhadas em grande número na internet, apresentam vários corpos decapitados no centro do pátio prisional.

Em um outro incidente, no estado sulista do Paraná, dois prisioneiros foram mortos pelos guardas prisionais, após um grupo de presidiários forçar a passagem por uma parede no domingo de manhã na Penitenciária Estadual de Piraquara, em Curitiba.

A fuga deu-se após uma zaragata ter rebentado, presumivelmente para distrair os guardas, segundo informações veiculadas pela agência de gestão da cadeia.

Muita da violência atribuída às prisões brasileiras tem sido justificada pelo excesso de ocupantes. Porém, as autoridades referem que a prisão de Piraquara, projetada para alojar 647 presos, teria uma ocupação de 628.

Desde o início do ano, mais de 100 presidiários foram mortos em confrontos violentos nas prisões brasileiras, principalmente em instalações localizadas nos estados mais pobres do país, como o Amazonas e Roraima. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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