António Guterres assume funções como novo Secretário-geral da ONU

Fonte: Diário do Povo Online    03.01.2017 13h12

O novo ano começou com a tomada de posse do novo líder da Organização das Nações Unidas — o Secretário-geral António Guterres.

Contudo, a manhã do primeiro dia do ano foi marcada pela sombra de mais um ataque terrorista em Istambul, na Turquia, reforçando a necessidade da reinstalação da paz a nível mundial, no ano que se inicia.

Na comunidade internacional de hoje, para além da propagação do terrorismo, conflitos regionais, alterações climáticas, crise dos refugiados, a saída do Reino Unido da Europa e outros problemas, Guterres terá de enfrentar vários desafios

Perante estas questões, o equilíbrio nas relações entre os membros da ONU, o aprimoramento dos métodos de trabalho e a melhoria da eficácia e eficiência, são pontos que fazem parte da agenda do novo Secretário-geral.

“É tempo de reconstruir as relações entre o povo e os líderes nacionais e internacionais”, afirmou Guterres, acrescentando que “agora é tempo de os líderes ouvirem a vivacidade do seu povo”, após a demonstração dos mesmos, no compromisso para com o seu povo e a estabilidade global.

Atualmente com 67 anos, Guterres foi primeiro-ministro de Portugal entre 1995 e 2002, tendo posteriormente sido escolhido como Alto-comissário para os Refugiados da ONU entre 2005 e 2015, garantindo assistência a mais de 40 milhões de refugiados, em mais de 100 países.

Na ONU, Guterres tem de facto bastante experiência política e o seu contributo para a organização é notável, no entanto, o Secretário-geral admite que o novo cargo detém uma grande responsabilidade, “hoje é o meu primeiro dia como o Secretário-geral das Nações Unidas, mas há um problema que me deixa muito preocupado. Existem milhões de pessoas que vivem no meio de conflitos sem fim à vista, sofrendo com a guerra, como podemos ajudá-los a todos?”.

Wu Xinbo, vice-presidente executivo do Instituto de Estudos Internacionais da Universidade Fudan, afirmou que “a ameaça do terrorismo e a internacionalização de conflitos internos são os dois maiores problemas que o mundo enfrenta. Ambos não foram resolvidos no último mandato, pelo que serão um desafio para o novo Secretário-geral”.

No mandato de 5 anos, Guterres “enfrentará enormes desafios, por isso devemos trabalhar em conjunto no aprofundamento e prática das reformas das Nações Unidas, com três grandes prioridades: trabalhos de paz, apoio ao desenvolvimento sustentável e gestão interna”.

Em 17 dias, também um novo líder ascenderá ao poder, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, assumirá o mandato no dia 20 de janeiro.

Wu, relativamente à ascensão dos dois líderes, comenta que “para Guterres, o governo de Trump pode criar algum afastamento internacional. Como maior participante na ONU, os EUA podem reduzir o apoio e o investimento, neste caso, Guterres poderá ter de depender de outras instituições nacionais e regionais, especialmente de economias emergentes.”

“Por outro lado, como europeu, Guterres espera resolver questões não resolvidas após a Guerra Fria. Guterres deverá refletir e ajustar o papel das Nações Unidas na resolução de todos os desafios”, conclui Wu. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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