O primeiro-ministro japonês estará apenas a tenta fortalecer aliança com os EUA para conter a ascensão da China, afirmam analistas.
A visita do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe a Pearl Harbor, criticada pela China pela falta de sinceridade, foi imediatamente seguida por uma visita dos seus ministros de Gabinete a um santuário de guerra em Tóquio, nesta última quarta-feira (28).
De acordo com os analistas, a visita de Abe a Pearl Harbor, o alvo do ataque surpresa japonês no Havai em 1941, tinha uma intenção de usar da força em relações políticas, ao invés de procurar a paz e a reconciliação, visando a ampliação da capacidade militar do Japão e a contenção da ascensão da China através do reforço da aliança com os EUA.
Nesta última terça-feira, Abe e o presidente norte-americano Barack Obama colocaram grinaldas no Memorial de USS Arizona. Depois, em um discurso, Abe firmou que o Japão não voltaria a criar conflitos ou guerras.
Logo após o discurso de Abe, Masahiro Imamura, o ministro responsável pela reconstrução do norte do Japão depois do tsunami de 2011, visitou o Santuário Yasukuni, onde são homenageados os mortos da guerra do Japão, incluindo os 14 criminosos de Classe A da Segunda Guerra Mundial — considerados culpados de conspirar e levar a cabo a guerra.
A porta-voz da chancelaria chinesa, Hua Chunying, advertiu, em uma coletiva de imprensa nesta última quarta-feira, que o Japão deveria refletir sobre os seus crimes de guerra com sinceridade, ao invés de "repetir os shows políticos".
No jornal Financial Times, o autor Joji Sakurai considerou a visita de Abe como “um ato pacífico que esconde uma intenção belígera”.
A visita é "politicamente astuta", na qual Abe poderá reduzir as preocupações sobre o regresso do militarismo ao Japão, acrescentou Sakurai.
“O sonho do Senhor Abe é revisar a Constituição pacifista do Japão, elaborada pelos EUA após a ocupação pós-guerra, a fim de permitir que o país tenha um exército verdadeiro”, escreveu.