Beijing, 28 dez (Xinhua) -- O principal regulador da internet da China publicou na terça-feira sua estratégia de segurança no ciberespaço, defendendo um ciberespaço pacífico, seguro, aberto, cooperativo e ordenado.
O governo salvaguardará a soberania do ciberespaço e a segurança nacional, protegerá as infraestruturas de informação e lutará contra o terrorismo e os crimes na internet, de acordo com a estratégia de 15 páginas divulgada pela Administração do Ciberespaço da China (ACC).
As regras e sua aplicação serão melhoradas e a cooperação internacional, expandida.
SOBERANIA
O ciberespaço é uma nova fronteira tão importante como qualquer outra. "A soberania no ciberespaço é uma parte importante da soberania do Estado", aponta a estratégia.
Todos os países devem ser respeitados em seu desenvolvimento e manejo da internet, ao ter papéis iguais na governança do ciberespaço sem hegemonia ou duplo padrão.
A China utilizará qualquer medida necessária, seja científica, tecnológica, legal, diplomática ou militar, para garantir sua soberania do ciberespaço. Não será tolerada nenhuma tentativa de aproveitar a internet para prejudicar ou derrocar o regime nacional ou para sabotar a soberania da China.
MERCADO ABERTO
A China tem a maior população de internautas do mundo. Cerca de 700 milhões de chineses utilizam a rede para estudar, comprar, trabalhar ou acessar aos serviços públicos.
Sob este contexto, é crucial proteger as infraestruturas de informação críticas e os dados importantes. Os produtos, serviços e empresas empregados pelas instituições governamentais têm de estar sujeitos a verificações e inspeções de segurança.
Os produtores de serviços e outras organizações não serão permitidos a aproveitar a informação ou a tecnologia privilegiada para competir de maneira injusta nem para danificar os interesses dos usuários.
"Isso não significa que rejeitamos produtos ou serviços estrangeiros", sublinhou Zhao Zeliang, diretor do departamento de coordenação de segurança cibernética da ACC.
"Nossos requisitos de segurança e capacidade de controle não representam elevar barreiras às empresas estrangeiras", destacou Zhao em uma coletiva de imprensa, quando foi divulgada a estratégia.
"O mercado será aberto e transparente", esclareceu.
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
A China participará dos diálogos e intercâmbios em relação à segurança cibernética, além de ajudar a estabelecer normas e pactos antiterrorista internacionais e melhorar a colaboração judicial.
Será aprofundada a cooperação internacional na política, lei, tecnologia, padrões, reação de emergência e infraestrutura de segurança.
Todos os tipos de assistência serão estendidos aos países em desenvolvimento quando eles construam sua infraestrutura informática.
Lu Jianwen, encarregado da segurança cibernética do Ministério da Indústria e Informatização, acrescentou que prioridade será dada à construção de uma via de informação na África e à cooperação em tecnologias da comunicação.
A China está disposta a oferecer treinamento aos países em desenvolvimento, acrescentou.