JIUQUAN, 22 de dez (Diário do Povo Online) – A China lançou, às 3h22 desta última quinta-feira (22), um satélite de monitorização de dióxido de carbono, através do foguete Longa Marcha-2D do Centro de Lançamento de Satélite de Jiuquan, no Deserto de Gobi, no noroeste da China.
A China é o terceiro país a monitorar gases de efeito estufa através do seu próprio satélite, seguindo os passos do Japão e dos EUA.
O satélite de 620 kg, TanSat, foi enviado em uma órbita solar síncrona, a cerca de 700 km acima da Terra, e monitorará a concentração, distribuição e fluxo de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, informou Yin Zengshan, designer chefe do TanSat, do Instituto de Pesquisa de Microssatélite da Academia de Ciências da China.
O satélite ajudará a compreender as mudanças climáticas e fornecerá dados independentes aos reguladores políticos da China.
DADOS EM PRIMEIRA MÃO
O novo satélite ajudará a China a obter dados de primeira mão sobre as emissões de carbono, que serão posteriormente compartilhados com investigadores de todo o mundo, afirmou Yin.
O satélite pode rastrear as fontes de gases de efeito estufa e ajudar na avaliação do cumprimento dos compromissos ambientais de vários países.
O TanSat representa uma voz mais forte, na China, sobre as mudanças climáticas, redução de carbono e negociações com maior peso no comércio de carbono.
A pesquisa sobre o fluxo de CO2 promoverá o entendimento do ciclo do carbono e gerará previsões mais precisas e confiáveis sobre as alterações climáticas.
ÂMBITO MUNDIAL
“Somente os EUA e o Japão possuem satélites de monitorização de carbono, por isso, é difícil para nós a obtenção de dados em primeira mão”, afirmou Zhang Peng, comandante do sistema de aplicação do TanSat e vice-diretor do Centro Nacional Meteorológico de Satélite.
“O satélite tem uma abrangência mundial e impulsionará a recolha de dados. Para monitorar o CO2 atmosférico via satélite é necessária tecnologia de ponta, sendo o TanSat uma grande conquista tecnológica para a China”, reconheceu Zhang.
“O TanSat tem uma boa ‘visão’, e poderá distinguir alterações no CO2 atmosférico inferiores a 1 por cento,” informou Yin, acrescentando que os detetores de nuvem e aerossol minimizam a interferência, tornando as observações mais precisas.