Ex-diretor-geral da OMC: Europa deverá conceder estatuto de economia de mercado à China em breve

Fonte: Diário do Povo Online    08.12.2016 09h48

Pascal Lamy, ex-diretor-geral da OMC

BEIJING,8 dez (Diário do Povo Online) - A UE deverá conceder à China o estatuto de economia de Mercado dentro em breve, disse o ex-líder da OMC, Pascal Lamy.

Lamy vaticinou o acontecimento na altura em que se aproxima o 15º aniversário da entrada da China na OMC, que se dará no domingo.

Diretor-geral da OMC entre 2005 e 2013, Lamy disse em Beijing que a UE deverá reconhecer o estatuto de economia de mercado da China, e, provavelmente, também alterará os seus regulamentos antidumping de forma não discriminatória.

Como condição para ser admitida na OMC, a China concordou em 2001 que outros membros poderiam aceitar o país como “não-economia de mercado” por 15 anos. Essa data dá-se precisamente a 11 de dezembro de 2016.

Lamy disse que a alteração destes regulamentos é, desde há muito, um tema de debate na UE, e que as alterações que, entretanto, forem levadas a cabo, deverão afetar, não só a China, mas também outros países que realizem trocas comerciais com a UE.

Lamy, agora presidente honorário do think tank Notre Europe, sediado em Paris, teve um papel importante nas negociações de admissão da China na OMC.

Ao fazer uma análise dos últimos 15 anos, ele disse que a China cumpriu com todos os compromissos a que se propôs.

Com o avanço da globalização, a qualidade dos produtos produzidos na China melhorou também, sendo este um fator importante no crescimento económico do país, destacou.

O país comprometeu-se a continuar a sua abertura ao exterior e a aprofundar as suas reformas económicas, que se irão refletir principalmente no setor dos serviços. Isso é um bom sinal, disse Lamy.

“Melhores serviços advirão de uma competição mais feroz no setor. Esta competição aguerrida irá fazer com que mais serviços sejam importados e se estabeleçam no sistema chinês”.

Lamy refere que o protecionismo, verificado ainda na UE e nos EUA é contra produtivo no cenário atual. Reduzir obstáculos ao comércio, seja multilateral, bilateral ou regional, deverá, na sua opinião, ser o objetivo comum de todas as organizações. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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