O presidente chinês Xi Jinping proferiu no sábado um discurso durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), no qual colocou a China e a região da Ásia-Pacífico na vanguarda dos esforços conjuntos para reativar a economia global.
Mario Mongilardi, presidente da Câmara de Comércio de Lima, acredita que Xi enviou uma mensagem encorajadora para as comunidades de negócios dos 21 membros da APEC.
“O presidente da China fez um discurso extraordinário hoje. Ele deixou as bases para o futuro crescimento da economia mundial”, disse Mongilardi à agência de notícias Xinhua durante uma entrevista após a cúpula.
Foi tornado explícito que o programa chinês de reformas irá permitir a participação de empresas estrangeiras no mercado chinês, passando a permitir a outros membros da APEC um potencial acesso a 1.3 biliões de consumidores, disse Mongilardi.
Xi referiu que durante os próximos 5 anos a China irá importar 8 trilhões de dólares americanos em bens, e introduzir 600 bilhões de dólares em investimento estrangeiro. Segundo Martin Monteverde, presidente da National Confederation of Private Entrepreneurial Institutions, estas medidas deverão apresentar diversas oportunidades para as empresas da América Latina.
O presidente chinês assinalou ainda que, durante os primeiros 3 trimestres deste ano, o PIB da China cresceu em 6.7%. “Este rápido crescimento econômico irá beneficiar a América Latina, especialmente áreas como os recursos minerais e energéticos”, disse Álvaro Barrenechea, outro participante da APEC, gerente de negócios corporativos da Chinalco no Peru.
Mais de 30% de todo o investimento estrangeiro em minerais peruanos provêm atualmente da China.
“O discurso de Xi demonstrou que a China está neste momento disponível a abrir o seu mercado e equilibrar a polarização de riqueza. O desenvolvimento chinês dará um ímpeto ao desenvolvimento da região Ásia-Pacífico”, corroborou Jose Picasso, presidente da Volcan, uma empresa do setor minerador do Peru.
“Com o potencial da América Latina e o apoio do governo chinês, penso que é possível para a região superar as dificuldades, tais como o subdesenvolvimento, falta de infraestruturas e investimento”, disse Luís Delgado, professor de estudos sociais da Universidade de Carabobo no norte da Venezuela.
“O contexto histórico e a sua significância assinalam a relocalização do centro geoeconômico do mundo — do Atlântico para o Pacífico — no qual a China desempenha um papel de destaque”, acrescentou o docente.
Criada em 1989 enquanto fórum para a promoção do comércio livre ao longo da região da Ásia-Pacífico, a APEC, conta atualmente 21 membros, e é cada vez mais um mecanismo importante para a resolução de questões econômicas, não só na região, como também em todo o mundo.
A instituição compreende 40% da população mundial, cerca de 50% do volume de comércio internacional e 57% do PIB global.