A China está disponível para prestar o seu contributo no combate às mudanças climáticas a decorrer a nível global, dentro o enquadramento da cooperação Sul-Sul, segundo afirmou Xie Zhenhua, representante da China para as questões climáticas, na segunda-feira (dia 14) em Marrocos.

Tanto a cooperação Sul-Norte como Sul-Sul, entre os países em desenvolvimento, são essenciais para a entreajuda internacional na luta contra as alterações climáticas, frisou Xie nos bastidores de uma conferência da ONU sobre o clima em Marrakesh.

“A China está lidando com as alterações climáticas de forma responsável, estando disposta a partilhar as suas práticas neste domínio com outros países em desenvolvimento, visando contribuir para conter o fenómeno”, prosseguiu Xie na sessão de abertura do fórum sobre a cooperação Sul-Sul.

Xie apontou que a China impulsiona ativamente esta iniciativa, através, por exemplo, da oferta de materiais em quantidade considerável, diretamente interligados com as mudanças climáticas, tais como lâmpadas económicas e fornos “verdes”.

A China assinou cerca de 30 memorandos de entendimento para a doação de materiais aos países em desenvolvimento, com vista a ajudar no combate às alterações climáticas, tendo também realizado por várias vezes diálogos com países do hemisfério Sul.

A China planeja ainda acrescentar um fundo de 20 bilhões de yuans (US$ 2,93 bilhões) para a cooperação Sul-Sul, segundo Xie, alegando que o fundo seria utilizado para construir parques modelo com baixas emissões de carbono, implementar projetos de mitigação e adaptação, e treinar profissionais nos países em desenvolvimento.

Mais se acrescenta que a China destacou um montante de 6 milhões de dólares às Nações Unidas para apoiar a iniciativa de Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, para a promoção da cooperação sul-sul em matéria de mudanças climáticas.

Face às preocupações em torno das declarações recentes do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, nas quais expressou o intuito de "cancelar" o Acordo de Paris, que entrou em vigor na semana passada, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, disse ontem que o acordo resulta de esforços coletivos de todas as partes , incluindo da China e dos Estados Unidos.

O fórum, co-organizado pela China, Marrocos e Nações Unidas, reuniu tanto oficiais da ONU como ministros provenientes de mais de uma dezena de países.