Por Wang Hailin, Diário do Povo
Até 2020, o número de usuários de internet móvel registrados na América Latina poderá aumentar em 50%, segundo prevê a GSMA.
Com o incremento da população latino-americana, o crescimento de usuários da internet, juntamente com o uso amplo das redes sociais - com as quais se coaduna a escassez de tecnologias - as empresas chinesas têm por diante um período dourado de oportunidades na região.
Em maio do ano passado, a China sugeriu um novo modelo de cooperação produtiva com a América Latina (3X3), no qual uma parte importante é a construção do “corredor informático” (que prevê a cooperação nos setores da logística, eletricidade e informação na construção de infraestruturas informáticas).
Com a economia digital crescendo a um ritmo acelerado na América Latina (AL), as empresas chinesas possuem enormes vantagens para participar da construção da indústria informática na região, contribuindo com equipamentos avançados de telecomunicação, motores de busca, sistemas de gestão do comércio eletrônico, entre outros.
O Brasil é o país que usa mais a internet no mundo, além de ser o segundo maior mercado de internet no globo, com 110 milhões de usuários de smartphones e 250 bilhões de dólares de valor potencial no mercado de serviços da internet.
Naturalmente, as empesas chinesas de internet não podem ignorar um mercado com tamanho potencial.
Em 2014, o motor de busca da China, o Baidu, lançou no Brasil o seu portal em português. A Tencent lançou a versão em português do Wechat, e a Qihoo360 investiu na empresa brasileira de segurança de internet PSafe.
A gigante tecnológica chinesa Huawei está já presente no Brasil desde 1996, tendo passado a ser um dos principais parceiros das operadoras de internet e o maior fornecedor dos equipamentos sintéticos de internet no país latino-americano.
No que diz respeito ao comércio eletrônico transfronteiriço, a China também se destaca na América Latina. Nos últimos anos, o AliExpress, do Grupo Alibaba, se desenvolveu muito rápido nos países latino-americanos.
Segundo dados publicados pelo IBOPE, a AliExpress já se tornou na maior plataforma de compras online no Brasil, com um número de encomendas registradas entre julho e setembro bem superior ao grupo B2W, uma plataforma digital renomada no Brasil.
O jornal argentino “El País” informa que dos pacotes enviados por correio para os residentes da Argentina, 80% são provenientes da China.
“Para muitos países latino-americanos, o comércio eletrônico é uma novidade. Esperamos poder aprender com a China e com suas experiências”, afirmou Marcos Pueyrredón, presidente do Instituto Latino-americano de Comércio Eletrônico.
Em 2014, o Baidu Brasil promoveu a criação da primeira aliança das indústrias O2O (online to off-line) na AL, contando com a adesão das 80 empresas pilotos na região.
Em setembro de 2016, o Baidu Brasil estabeleceu em São Paulo o Easterly Ventures, o primeiro fundo de investimento criado por uma empresa chinesa de internet no Brasil, único no Brasil a fornecer apoio para startups no âmbito de capital, tecnologia, experiências.