Por Mauro Marques
A embaixada de Portugal organizou a entrega dos prémios da segunda edição do concurso de proficiência em língua portuguesa para alunos chineses, ao qual foi dado o nome do ilustre jesuíta português, Tomás Pereira - ou Xu Risheng (徐日昇), em chinês - em homenagem aos seus feitos em vida.
A ocasião, precisamente na data de nascimento de Tomás Pereira (1 de novembro de 1645), serviu também o propósito de apresentar a recém-construída réplica da lápide tumular do missionário, diplomata, cientista e músico, podendo agora ser encontrada nos jardins da embaixada, e constituindo, como se pode ler no panfleto informativo do evento, “uma forma perene de recordar aos visitantes da embaixada a importância histórica deste português nas relações culturais e científicas, pioneiras, entre a China e a Europa”.
Ainda sobre o patrono do evento, o embaixador de Portugal, Jorge Torres Pereira, durante o seu discurso, foi enfático: “Apenas repetirei que Tomás Pereira é a mais importante figura da relação sino-portuguesa do século XVII e é um percursor dos intercâmbios entre a China e a Europa nos domínios da ciência e da cultura. Foi um intérprete do ocidente junto de uma audiência culta chinesa, incluindo o próprio imperador, e simultaneamente um intérprete junto de portugueses e europeus sobre a cultura chinesa”.
As provas para o concurso tiveram lugar a 26 e 27 de maio nas instalações da chancelaria da embaixada, contando com um total de 97 candidatos oriundos de 20 instituições de ensino superior chinesas. Destes alunos, 80 deslocaram-se à capital e 17 concorreram à distância.
A cerimónia de entrega dos prémios contou com a presença dos vários embaixadores dos países falantes de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste.
O embaixador revelou-se satisfeito pela constatação de “um redobrado interesse da China por estas geografias onde se fala português” e pelo sucesso do Fórum de Macau, que este ano contou com a presença simbólica do primeiro-ministro chinês Li Keqiang.
O evento contou ainda com uma declamação especial de poesia de Fernando Pessoa, mais especificamente do seu heterónimo Alberto Caeiro, sendo este interpretado a rigor e… em mandarim, pelo ator chinês Fan Yitang. O momento de intercâmbio cultural único arrancou um forte aplauso da audiência internacional ali presente.