Segundo a ex-presidente brasileira, Dilma Rousseff, o Brasil enfrenta atualmente uma crise severa e se dirige a um “Estado de Exceção”, devido a suspeitas de abuso de autoridade.

Rousseff recorreu às redes sociais Facebook e Twitter após as detenções recentes do seu ex-Ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do ex-Ministro Chefe da Casa Civil da Presidência, Antônio Palocci, em meio à investigação do esquema de corrupção “Lava-Jato”.

“O País vive uma situação grave. O anúncio de nova fase da Lava-Jato pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, num palanque eleitoral, em plena atividade de campanha em Ribeirão Preto, na véspera da prisão de Antônio Palocci, lança suspeitas de abuso de autoridade e uso político da Polícia Federal”, escreveu Rousseff.

Rousseff referia-se a declarações proferidas no domingo por Moraes, que prometeu “mais ações” relativamente à investigação a decorrer na Petrobras esta semana.

A 14 de setembro, o ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, foi acusado de lavagem de dinheiro e corrupção nas investigações na Petrobras.

A 22 de setembro, Mantega fora detido e interrogado pela polícia.

Na segunda-feira, Palocci, ex-Ministro da Fazenda no governo de Lula e ex-Ministro Chefe da Casa Civil da Presidência no governo de Rousseff, foi detido por alegadamente receber subornos da Odebrecht, uma firma de construção envolvida no esquema de corrupção da Petrobras.

Para Rousseff, se estas detenções tivessem lugar durante o seu mandato, “seríamos duramente criticados pela imprensa e pela oposição. Estamos caminhando para o Estado de Exceção”, disse.

Rousseff foi afastada da presidência pelo Senado a 31 de agosto, por alegadamente quebrar leis de responsabilidade fiscal na gestão do orçamento federal, não tendo relação com a operação Lava-Jato.