Diário do Povo chinês critica EUA por ser "fonte de agitação"

Fonte: Xinhua    19.09.2016 13h56

Beijing, 19 set (Xinhua) -- O Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista da China, criticou os Estados Unidos por ser a "fonte de agitação no mundo".

O jornal publicou no domingo três artigos de acadêmicos chineses que analisam as causas das ações expansivas e hegemônicas dos EUA de perspectivas sistêmica, ideológica e estratégica.

Uma nota editorial diz que as intervenções norte-americanas são causas das agitação e disputas em muitos lugares, incluindo o Oriente Médio, a Europa Oriental e o Mar do Sul da China.

"Os EUA querem fazer bagunças no mundo, ensombrar a ordem e a estabilidade em múltiplas regiões e pôr em risco a paz e o desenvolvimento em países relevantes", diz a nota.

Um artigo de Yang Guangbin, professor de política da Universida Renmin, indica que o "complexo militar-industrial" contra o qual o ex-presidente americano Dwight D. Eisenhower advertiu "está sequestrando a política interna e diplomática dos EUA".

O "complexo militar-industrial" exige naturalmente a guerra e a expansão militar, o que deu como resultado a guerra no Iraque, os levantamentos da "Primavera Árabe" e as crescentes tensões com a Rússia e China, assinalou Yang.

Yang também criticou os EUA por vender sua ideologia, que foi adotada pela elite de alguns países não ocidentais.

"Os países que tem seguido a 'liberdade e democracia' de estilo norte-americano não estão se tornando Estados no estilo norte-americano. Em vez disso, suas vidas continuam iguais ou até piores", diz o artigo.

Yang disse que as declarações do diplomata norte-americano George F. Kennan, que disse que o sistema soviético "incita inexoravelmente ao longo do caminho prescrito, como um persistente automóvel de brinquedo cuja corda encaminha para uma direção determinada e que só se detém quando enfrenta alguma força que não pode enfrentar", agora se aplica ao sistema americano.

"Durante os últimos anos, os EUA desenvolveram um 'sistema de carro', como uma máquina em movimento perpétuo impulsionado pelo 'monstro' do poder do capital", escreveu o especialista.

O artigo também critica as opiniões que julgam a China com base em uma chamada "teoria convencional" e pede uma maior voz para a China que corresponda à sua posição na sociedade internacional.

Outro artigo de Li Wen, pesquisador de um instituto para o estudo do sistema teórico do "socialismo com características chinesas" subordinado à Academia Chinesa de Ciências Sociais, indica que a disposição dos EUA a provocar problemas ao redor do mundo é devido a sua "ansiedade hegemônica".

O acadêmico também critica as medidas norte-americanas para conter a China, pois ocasionam problemas no Leste Asiático.

O terceiro artigo, escrito pelo professor Lin Hongyu da Universidade Huaqiao diz que as manobras norte-americanas na região da Ásia-Pacífico são apenas parte de sua expansão no exterior e de sua diplomacia intervencionista para manter seu papel internacional líder.

O artigo pede que as autoridades chinesas abordem as disputas entre a China e os EUA de forma construtiva e construam de maneira conjunta um novo tipo de relação entre os grandes países.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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