Opinião: A governança global do G20 deve enfatizar a “coordenação interconectada”

Fonte: Diário do Povo Online    31.08.2016 10h56

Por Bai Long, Diário do Povo

De entre as numerosas agendas da cúpula do G20 a ter lugar em setembro, a governança é aquela que necessita de atingir um avanço mais incisivo. Ao incluir a “interconectividade” nas quatro palavras-chave do tema, a cúpula procura apresentar propostas para a governança global.

As circunstâncias são, porém, diferentes agora. Com a ascendência das economias emergentes e alterações no cenário político e económico internacional, especialmente numa altura em que comércio internacional, investimento e crescimento económico apresentam uma quebra, a China, em tempos uma participante, veio a tornar-se progressivamente em um dos líderes.

Da iniciativa “Um Cinturão e Uma Rota” ao Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas e ao Fundo da Rota da Seda, a China envolveu-se profundamente na governança económica global nos últimos anos. Agora o mundo espera que continue a desempenhar o seu papel enquanto “motor” e que construa uma ordem política e económica mais justa e razoável.

“A cúpula chinesa poderá representar o renascimento não só do G20, mas da cooperação real”, disse o ex-primeiro ministro canadense Paul Martin, também referenciado como “Pai do G20”, em antecipação à cúpula do G20 de Hangzhou em outubro do ano passado.

Mais figuras internacionais se aperceberam da importância do G20 na contenção do retrocesso da globalização. Com uma esfera de influência que transvasa a soberania dos estados, a globalização irá por um fim à era do desenvolvimento solitário ou baseado em uma ou duas alianças. Um sem número de desafios no mundo contemporâneo requer esforços conjuntos nos dias de hoje.

Atualmente, a economia mundial padece pela falta de apoio por parte de indústrias emergentes e pela falta de um ímpeto de crescimento mais resoluto. Estes defeitos foram causados por mazelas profundas ao nível da ausência de um sistema justo e coordenado e de planos de longo prazo com a globalização enquanto pano de fundo.

O mecanismo de coordenação centrado no ocidente não é aplicável à atual tendência de multipolarização. Este é o motivo pelo qual a comunidade internacional apela à China para contribuir de forma mais expressiva para a governança global enquanto país de grandes dimensões.

Para atingir o objetivo do desenvolvimento global, a China colocou uma preponderância acrescida nos países em desenvolvimento na história do G20, ao convidar as nações que atualmente presidem à ASEAN, União Africana, Nova Parceria para o Desenvolvimento Africano e ao G77 para participarem da cúpula de Hangzhou.

Enquanto isso, o grupo de trabalho concebeu também um código de conduta baseado em experiências prévias, demonstrando as aspirações do G20 em criar regras mais justas e razoáveis.

Em 2015, embora tenhamos testemunhado um crescimento negativo de 2 dígitos no comércio global, a quota da China aumentou de 13,8% de 12,2%. Além disso, além das diligências para retirar milhões de residentes rurais da pobreza, a China continuou os seus esforços na ajuda aos países em desenvolvimento para que estes implementem a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2030, estabelecendo um fundo de ajuda para a Cooperação Sul-Sul e aumentando o seu investimento nos países menos desenvolvidos.

Atualmente o mundo tornou-se numa comunidade interdependente de destino comum para a humanidade. Apenas a coordenação interconectada é capaz de incentivar o desenvolvimento do mundo. Se a comunidade global for capaz de aproveitar a oportunidade da cúpula de Hangzhou para absorver as “propostas chinesas”, o G20 irá certamente melhorar a sua estrutura de governança e reforçar a sua capacidade de governança a longo prazo, atribuindo assim a este uma verdadeira dinâmica global.

(Editor: Renato Lu,editor)

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos