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Vencedora do concurso “Chinese Bridge” no Brasil: “A língua chinesa mudou minha vida” (14)

Fonte: Diário do Povo Online    29.06.2016 10h06
Vencedora do concurso “Chinese Bridge” no Brasil: “A língua chinesa mudou minha vida”
Foto: Wang Hailin
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Foi encerrada anteontem (27) a etapa final do concurso de língua chinesa “Chinese Bridge” ao nível do ensino secundário no Brasil. 

O evento foi realizado no Colégio Estadual Matemático Joaquim Gomes de Sousa, a única escola bilingue português-chinês no Brasil. Um total de 12 concorrentes provenientes de quatro estados do país participaram da competição. 

Na secção de demonstração artística, os concorrentes apresentaram danças tibetanas, danças folclóricas de Xinjiang, taichi, performance de música chinesa em violino, solo de Dizi (instrumento chinês), entre outros, fazendo com que os espetadores fossem temporariamente transportados até à China. A boa prestação dos alunos foi premiada com fortes aplausos. 

Para todos eles, a China tem uma grande importância. Os motivos pelos quais se interessaram pelo país - e pelo idioma - são diversos. 

Alessandra Barwinkel do Rio Grande do Sul, apaixonou-se pela China através da beleza da cabaia chinesa, ou “Qipao” em mandarim. Vestida a rigor com a peça de vestuário feminino mais emblemática da China, a Alexandra incorporou na sua prestação os traços característicos da identidade feminina chinesa. “Vestir o Qipao parece um sonho”, disse a concorrente entusiasmada, afirmando o desejo de se tornar em uma agente do intercâmbio entre a cultura chinesa e brasileira. 

Felipe Kaibar, de Campinas, do estado de São Paulo, deve o fascínio pela China à culinária do país. O autointitulado glutão afirmou que iguarias como a maçã caramelizada, frango “kungpao”, lombo de porco agridoce, pato à Pequim, entre outras, se tornam uma parte do seu dicionário de gastronomia, despoletando o seu interesse por aprender a língua chinesa. “A China é o paraíso dos glutões. Gostava de aprender a cozinhar pratos chineses e de visitar o país”, afirmou. 

Adriezo Ribeiro, outro concorrente do Rio Grande do Sul, adora a China devido à sua fauna. Além do panda, um dos animais comummente associados à China, gosta também da música do país. Na parte da mostra artística, optou pela execução da música chinesa “Liangzhu” ao som do violino. O seu objetivo é criar um estilo musical que funda elementos de música chinesa e brasileira. 

Embora com motivações diferentes no seu gosto pela China, todos convergem no entusiasmo de aprender o idioma do país. “O mandarim mudou minha vida”, disse Amiris Rodgrigues, naquele que é um sentimento partilhado por cada vez mais alunos brasileiros. 

Amiris, de 16 anos de idade, é a campeã do concurso. O seu nome chinês é Moli (jasmim). A estudante tocou flauta e interpretou a música chinesa “Jasmim”. Ao saber que era a vencedora da competição, a concorrente não conseguiu controlar a emoção. A aluna, que experienciara várias dificuldades durante o estudo da língua chinesa, via finalmente o seu esforço premiado. 

O primeiro contato da Amiris com o idioma foi no curso de língua chinesa em uma escola no estado de São Paulo, de onde é nativa. Desde então, ela se apaixonou pela língua e cultura chinesa e a sua vida tomou um rumo inesperado. Segundo a aluna, o aprendizado do chinês tornou a sua vida mais rica e interessante. 

Após seis meses de estudo, porém, o curso foi cancelado. Para continuar os estudos, Amiris começou a coletar assinaturas na Internet, pedindo a reabertura do curso. A estudante comunicou ao Diário do Povo que coletou 1,186 assinaturas, chegando mesmo a negociar com funcionários governamentais locais. 

Infelizmente, os seus esforços foram em vão. No entanto, Amiris nunca baixou os braços e continuou a estudar. Além de aprender de forma autodidata em casa, ela se inscreveu no curso de língua chinesa semanal numa das ramificações da Universidade Estadual Paulista, localizado a 147 km da sua terra natal. 

“Estudei pelo menos 8 horas por dia para aprender chinês, mas acho que ainda não é suficiente, porque tem sempre muito para aprender”, disse Amiris. “Quero aprender o máximo possível do idioma. Não quero parar nem um minuto na aprendizagem da língua. O mandarim já é uma parte indispensável da minha vida.”

Amiris também tem o seu “sonho chinês”. Ela espera um dia poder vir estudar em uma universidade chinesa e comunicar frequentemente com os chineses. Amiris vai viajar à China em breve para participar da competição final enquanto representante do seu país. 

O conselheiro cultural da embaixada chinesa no Brasil, Shi Zequn, segue sempre de perto o desenvolvimento do ensino da língua chinesa no Brasil. Segundo Shi, com o estabelecimento de mais Institutos Confúcio no país, o nível dos participantes da escola secundária do concurso “Chinese Bridge” é cada vez melhor. Alguns candidatos disseram durante o concurso que o estudo da língua chinesa até mudou mesmo os seus hábitos e costumes diários, assim como conceitos de vida, sendo um exemplar perfeito do intercâmbio cultural. 

Edição: Renato Lu e Alex Chen

Revisão: Mauro Marques


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