Liderança de Tsai inaugura era de incerteza nas relações no estreito de Taiwan

Fonte: Diário do Povo Online    20.05.2016 15h00

Hoje foi o dia em que o novo líder de Taiwan, Tsai Ing-Wen, e o vice-líder Chen Chien-jen fizeram os discursos de inauguração do novo mandato. Este momento marcou o início de uma nova era de incerteza no relacionamento entre os dois lados do estreito de Taiwan.

O conteúdo do discurso de Tsai foi alvo de especulação mediática até ao último momento. A verdade é que, através de um conjunto de sinais ao longo dos últimos 2 meses, Tsai e o seu Partido Democrata Progressista (PDP) já fizeram valer as suas convicções. Tudo o que lhe resta agora fazer é manter o jogo de articulação de palavras.

É amplamente divulgado que Tsai não irá publicamente aceitar o consenso de 1992 e a Política de “Uma Só China”. Ela poderá, porém, fazer uso da ambiguidade para suavizar a sua posição, conseguindo assim alimentar a persuasão do seu conceito da “manutenção do statu quo”.

Comparada com o anterior líder do partido, Chen Shui-bian, que tentou a promoção da independência contra a Política de Uma Só China, o atual PDP deverá adotar uma postura mais cautelosa em relação a este assunto, numa tática que evita o confronto direto com a China continental. O que pode ser assegurado é que a liderança do PDP irá promover a possibilidade da independência de Taiwan no seio da sociedade, e assim dar um passo de distanciamento face à China continental politicamente.

De acordo com os analistas, o objetivo fundamental do PDP é estabelecer um paradigma com o qual a população de Taiwan se identifique, os EUA aceitem, e que a China continental tolere. Se o aceitarmos, então a paz será mais facilmente alcançável. Mas tal significa que, daí em diante, a China continental admitirá que a rejeição da política de Uma Só China não é apenas uma postura do PDP, mas também um consenso partilhado por toda a ilha. Enquanto isso, há uma outra opção para a China continental – canalizar todos os aspetos do foco das relações entre o estreito para a administração de Tsai, incluindo questões políticas, económicas e militares.

As ações levadas a cabo pela China continental durante a liderança de Chen Shui-bian provaram que a independência nunca irá funcionar na ilha. Porém, há ainda quem equacione a fantasia de que uma “independência parcial” poderia ser operável. Tudo leva a crer que um novo turno de disputas seja inevitável para selar o tópico da independência de Taiwan e tornar, assim, o princípio de uma só China a única forma de manter o statu quo.

O retorno do PDP ao poder e a rejeição do reconhecimento do Consenso de 1992 estão a tornar-se fatores-chave para o revés dos esforços alcançados no reforço dos laços entre o estreito de Taiwan. Se a China continental o permitir, o resultado poderia por em causa todos as diligências levadas a cabo até então.

(Editor:Renato Lu,editor)

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