Crise econômica brasileira atinge indústria chinesa de merchandising afeta aos Jogos Olímpicos

Fonte: Xinhua    29.04.2016 14h38

Beijing, 29 abr (Xinhua) -- Os produtos feitos na China têm desempenhado um importante papel nos últimos eventos esportivos do mundo, e o mesmo deve acontecer durante os Jogos Olímpicos do Rio. No entanto, o resultado não é chamativo até o momento devido à debilitada economia do Brasil, segundo informou um diário econômico chinês.

"Em geral, sentimos que os produtos chineses não estão tão populares como na Copa do Mundo há dois anos", afirmou um responsável citado por outro diário e identificado como Zhang, do famoso mercado de pequenas mercadorias de Yiwu, na Província de Zhejiang, leste da China.

Em agosto de 2015, uma empresa de brinquedos de Yiwu havia exportado o primeiro lote de 500 mil mascotes dos Jogos Olímpicos do Rio no valor de 14 milhões de yuans (US$ 2,22 milhões). Considerando a longa distância geográfica entre China e Brasil, pode-se encontrar no mercado de Yiwu diversos produtos relacionados às Olimpíadas deste ano, como bolas, óculos e perucas.

Devido a algumas bases debilitadas no setor da indústria leve, o Brasil necessita importar a maioria dos pequenos produtos, por isso os "Feitos na China" possuem uma grande oportunidade e podem encontrar mercado no país sul-americano. Muitos especialistas previram que o Brasil se converteria em um mercado popular para as exportações de Yiwu durante dois anos, até as vésperas da celebração dos Jogos Olímpicos do Rio.

No entanto, o prognóstico foi alterado na segunda metade de 2015. Em 29 de dezembro do ano passado, o banco central do Brasil anunciou que seu deficit governamental superava em 9% o PIB. O porta-voz do comitê organizador dos Jogos Olímpicos do Rio, Mário Andrada, assegurou em uma entrevista à agência norte-americana Associated Press (AP) que o orçamento para o evento seria reduzido entre 5% e 20%.

O enfraquecimento da economia do Brasil afetou diretamente as exportações chinesas. De acordo com uma informação da imprensa local de Yiwu, um comerciante brasileiro comprou 35 mil bolas de futebol de um comerciante local, porém propôs "requisitos não razoáveis" na hora da entrega, diminuindo em 5% a quantia do pagamento devido à desvalorização do real, a moeda brasileira.

Por outro lado, Yiwu também enfrenta a pressão de submeter-se a uma transformação. Ainda que as fábricas recebam pedidos para os Jogos do Rio, o modelo de produção continua sendo o de baixo custo e baixo lucro. Zhang acredita que Yiwu, no entanto, necessita esforçar-se em inovação e desenvolvimento de sua própria marca no futuro.

(Editor:Juliano Ma,editor)

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