Crise brasileira dá entrada em “ciclo vicioso”: eleições antecipadas à vista?

Fonte: Diário do Povo Online    19.04.2016 15h47

Por Zhou Zhiwei

A votação levada a cabo na Câmara dos Deputados colheu 367 votos favoráveis ao impeachment, um valor porventura superior às expectativas da presidente, que reflete o clima agreste que impera na esfera política brasileira.

Com a maioria dos partidos políticos a desmarcarem-se da aliança com o Partido dos Trabalhadores (PT) e a unirem-se à fação a favor do impeachment, o isolamento do PT no parlamento é cada vez mais alarmante. De facto, analisando o resultado da votação da Câmara dos Deputados, é possível aferir que apenas o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) se encontra ainda do lado do governo de Dilma.

Se a situação verificada na Câmara dos Deputados não foi abonatória para a presidente, a sua popularidade no Senado não oferece grandes motivos para ter esperança, pelo contrário. Em primeiro lugar, grande parte dos postos do Senado são tradicionalmente atribuídos a um número de fações políticas hostis ao governo do PT. Consequentemente, os lugares atribuídos aos apoiantes da presidente são escassos e, por isso, insuficientes para gerar impacto na decisão final. O outro fator a ter em conta é a extensão da influência da votação esmagadora a favor do impeachment na Câmara dos Deputados. Algumas fações do Senado que se encontravam numa posição neutra, deverão seguir a tendência de apoiar a impugnação, decretando o clímax da tragédia política encenada pelo PT.

De uma estrela reluzente do grupo BRICS há 10 anos atrás até à crise da atualidade, a vertiginosidade da queda do Brasil poderá ser comparada ao declínio e decadência de uma celebridade que cai na desgraça. A velocidade de todos estes acontecimentos supera qualquer previsão, no passado e no presente, sendo que a estabilização política e a recuperação económica são miragens fora do alcance de qualquer um. A razão por detrás do predicamento na qual a Presidente Dilma se encontra prende-se, sobretudo, com o fracasso ao nível político. No que diz respeito à economia, durante o primeiro mandato da presidente (2011-2014), o ímpeto de crescimento económico caiu de 4% para menos de 2%.


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(Editor:Renato Lu,editor)

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