Dois carros da marca chinesa Chang’An Raeton partiram de Chongqing, atravessando Sichuan, Shaanxi, Henan, Hebei, com destino a Beijing, perfazendo um trajeto de sensivelmente 2000 quilómetros.
Esta é a primeira vez que automóveis sem condutor fabricados na China cumprem um percurso tão longo.
Esta viagem representa os esforços e os feitos alcançados por parte da China ao nível da investigação e desenvolvimento desta tecnologia do setor automóvel. De igual forma, aproxima a China dos restantes países na vanguarda do setor.
Durante o itinerário extenso, os carros foram postos à prova, encontrando todos os tipos de cenários agrestes: o declive acentuado das áreas montanhosas, os congestionamentos de trânsito, distritos industriais e de habitação, estradas com dimensões diferenciadas e aos testes do clima. A todos eles responderam positivamente, tendo chegado a bom porto.
O engenheiro-chefe deste projeto, Li Yusheng, disse que as três tecnologias mais importantes sujeitas aos testes neste périplo foram: o limite de 120 quilómetros por hora aquando da circulação nos trechos de autoestrada; a capacidade de resposta do sistema de sensores do automóvel, nomeadamente a capacidade de detetar e de se adaptar aos vários obstáculos durante o caminho; adaptação das diferentes velocidades de circulação e da alteração de faixas de rodagem em autoestradas.
Apesar do sucesso do teste, há ainda espaço para melhoramentos. Li Yusheng disse que a habilidade de reconhecimento pode ser ainda melhorada: a capacidade de adaptabilidade das condições de luminosidade em túneis; bloqueios nas estradas; capacidade de resposta à aproximação de veículos de grande porte de forma irregular; precisão do sistema de navegação, e, por fim as capacidades de interação entre o condutor e o automóvel para que o ser humano se assegure das condições de segurança em caso que o justifique.
A ambição de criar um veículo capaz de se auto guiar já é de longa data. De acordo com os dados disponíveis, a Google já se encontra a desenvolver um projeto destes há 6 anos, tendo totalizado um total de 2,410,000 de quilómetros de circulação. A Tesla iniciou o projeto há 6 meses, tendo totalizado 7564 quilómetros. A Volvo planeia dar início à produção de veículos sem condutor em 2020. A Daimler tem previsto um investimento de 200 milhões de euros para a produção e criação de um centro tecnológico dedicado a este tipo de automóveis.
Especialistas do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrónicos dos EUA preveem que o automóvel sem condutor tenha uma grande probabilidade de se tornar na próxima geração de aparelhos de transporte inteligentes. Até ao ano de 2040, a percentagem destes veículos a ocupar as estradas poderá ser de 75%.
A empresa de consultoria americana Mckinsey prevê que, até 2050, a produção destes veículos poderá equivaler à geração de 200 biliões a 1,9 triliões de dólares em valor de saída.
Nos anos recentes, várias empresas chinesas têm-se de dedicado ao desenvolvimento desta nova geração de veículos, tendo o grupo Baidu dado entrada no lote de empresas envolvidas.
De acordo com o plano da divisão de tecnologias inteligentes do grupo automobilístico Chang’an, em 2018 deverá ter início a produção de carros autónomos adaptados à circulação em autoestradas. Quanto à circulação em áreas urbanas, devido à sua complexidade e exigência, a produção estará prevista para 2025.