Por Song Haoxin e Wu Yuehui/Diário do Povo
Entre o dia 31 de março e 1 de abril, o Presidente chinês Xi Jinping irá juntar-se aos líderes e representantes de mais de 50 países e instituições em Washington, nos EUA, para participar na Cimeira de Segurança Nuclear.
A quarta edição desta cimeira é também uma montra para demonstrar a importância da cooperação sino-americana nesta área. Atualmente, ambos os países mantêm um elevado grau de conhecimento mútuo relativamente à manutenção da segurança nuclear, sendo que este se reflete numa cooperação bilateral profícua.
Recentemente, os responsáveis pela Autoridade para a Energia Atómica da China prestaram algumas declarações ao Diário do Povo, dando a conhecer aos jornalistas os pontos-chave da cooperação para a segurança nuclear entre a China e os Estados Unidos.
Estabelecimento de um mecanismo de diálogo anual para a segurança nuclear
Em setembro de 2015, o Presidente Xi, juntamente com o Presidente Barack Obama, concordaram em inaugurar um mecanismo anual de diálogo em torno da questão da segurança nuclear. Ambos os países estrearam este programa a 20 de fevereiro deste ano em Estocolmo, na Suécia, aprofundando a cooperação em torno da questão internacional da segurança nuclear.
Criação de um Centro de Segurança Nuclear
Durante a primeira cimeira para a segurança nuclear, a China e os EUA anunciaram a criação do Centro de Segurança Nuclear em solo chinês. Em janeiro de 2011, quando o ainda Presidente Hu Jintao visitou os EUA, os dois países assinaram um memorando de entendimento onde foi explicitado que a China se comprometeria a dispor de um local para a sua edificação, a construí-lo e a gerir as suas operações após a sua conclusão. Os EUA, por seu turno, responsabilizaram-se pelo fornecimento do equipamento tecnológico.
A conclusão dos trabalhos de construção do referido centro deu-se em dezembro de 2015, tendo este iniciado a sua atividade em março deste ano.
Reforço da segurança no manuseamento de urânio enriquecido
A redução dos riscos do manuseamento e utilização de reatores “MNSR”, que usam o urânio enriquecido como combustível para operações de empobrecimento deste elemento químico, é também um dos focos de grande importância na cooperação sino-americana. No final de 2011, a Autoridade para a Energia Atómica da China aprovou a cooperação entre o Laboratório de Investigação de Energia Atómica da China com o Laboratório Nacional Argonne do Departamento de Energia dos Estados Unidos, para fazer experiências em torno dos referidos reatores. A 26 de março de 2016 foram terminados os trabalhos no reator, tendo este passado a operar ao máximo da sua capacidade.
Fortalecer a gestão das fontes radioativas
A China defende a gestão rigorosa e o cumprimento intransigente de todas as premissas de segurança assim como a implementação desta em determinadas áreas civis. A China mantém uma cooperação próxima como os EUA no sentido de promover ativamente a criação de depósitos de resíduos radioativos nas várias cidades do país e de incrementar constantemente os meios de segurança.
Combate ao tráfico ilícito de materiais nucleares
A China irá focar-se no combate ao tráfico ilegal de materiais radioativos, de modo a prevenir quaisquer manifestações de terrorismo nuclear. De igual modo o país está também a trabalhar lado a lado com os EUA no reforço dos meios de controlo de exportações, nomeadamente nas alfândegas, com vista a garantir a contenção de uma possível proliferação indevida de materiais desta natureza. Esta cooperação refletiu-se na criação do Centro Alfandegário de Formação para a Deteção de Materiais Radioativos e em projetos levados a cabo no porto Yangshan de Shanghai.
Edição: Mauro Marques