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Ano cultural China-América Latina e Caribe: diálogo de identidades com um destino comum (6)

Fonte: Diário do Povo Online    25.03.2016 16h53
Ano cultural China-América Latina e Caribe: diálogo de identidades com um destino comum
[Foto/Diário do Povo Online/Yasef Ananda]
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Por Yasef Ananda

BEIJING, 25 de mar (Diário do Povo Online)- Com uma emocionante apresentação artística de abertura, celebrada no moderno teatro Tianqiao de Beijing, foi inaugurado na China – e em grande estilo - o Ano do Intercâmbio Cultural com a América Latina e Caribe.

Luo Shugang, ministro da cultura da China, foi quem inaugurou oficialmente o grandioso evento.

Para a ocasião, foram convidados artistas de Cuba, Colômbia, Peru, Argentina, Uruguai e Brasil.

Como anfitriões, o prestigiado pianista Lang Lang, embaixador da China para o Ano do Intercâmbio Cultural, interpretou “China, eu te amo”, enquanto Zhang Jian e Ma Xiaodong, ilustres figuras do Ballet Nacional da China, apresentaram fragmentos da “Ópera Don Quixote nas Bodas de Comacho”.

A iniciativa do Ano do Intercâmbio Cultural China-América Latina e Caribe foi proposta pelo presidente chinês Xi Jinping, durante o seu encontro com os líderes dos países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) em julho de 2014.

Ao longo deste ano, e através de importantes eventos artísticos e culturais, a China manterá um diálogo multilateral sistemático, diverso e sobretudo de alta qualidade artística com os países da região. Espera-se que o intenso intercâmbio cultural de 2016 impulsione as relações entre os povos e promova a melhora do conhecimento entre a China e a América Latina, identidades que compartilham um destino comum.

A apresentação artística de inauguração começou com “Força e Compasso”, um show de talento e maestria executado pelo “ballet de Lizt Alfonso”, uma das companhias mais aclamadas do panorama dançante de Cuba. A contagiante “rumba habanera” passou a vez para a música tradicional mexicana, interpretada pelo grupo de mariachi “Estrela do México”, que demostrou em cena sua pródiga elegância e musicalidade. O público aplaudiu entusiasmado a apresentação ao estilo mariachi da canção “Por que a flor é tão vermelha?”, uma das mais emblemáticas canções do universo musical-cinematográfico chinês.

A apresentação inaugural do Ano do Intercâmbio Cultural da China com a América Latina e o Caribe também rendeu tributo a Miguel de Cervantes, através do Ballet Nacional da China e do Ballet SODRE do Uruguai. Juntos, deleitaram o público com um delicado “Dom Quixote”, coreografia de Marius Petipa. Momento peculiar, de intenso diálogo em cena, protagonizados por bailarinos chineses e uruguaios.

O grupo colombiano “Pasión Caribe” brilhou em cena, trazendo cor e esplendor ao espetáculo. Seu estilo de dança, profundamente caribenho e popular, transbordou graça e alegria ao ritmo dos tambores africanos.

O conceito do espetáculo, cuja direção geral esteve a cargo de Han Baoquan, soube equilibrar manifestações artísticas, expressões culturais e representatividade regional.

Entretanto, no caso do Brasil, apesar das boas condições vocais dos solistas Sara Sarres e Cleto Baccic, a seleção não esteve à altura do gigante cultural. Sob a aspiração de um ilusório verniz "global", Sara Sarres e Cleto Baccic interpretaram juntos, e em inglês, a música “Tudo que eu te peço”. Apesar de não ser prudente classificar os países dentro de estereótipos musicais, o Brasil sempre foi e será um ponto aparte na América Latina. E é preciso tratá-lo como tal. Seu carnaval, sua poética bossa-nova ou sua delirante capoeira carioca, ícones inequívocos da essência sentimental que o define como nação perante o mundo, foram os grandes ausentes da apresentação.

Por sua vez, merecem elogios a apresentação do conjunto peruano “Huancavelica”, em especial a interpretação de David Jhonatan com sua Flauta de pã, a sedução dos dançarinos de tango do “Giovanna” e o distinto tango de salão da companhia argentina “Esperanza”.

A apresentação de inauguração do Ano do Intercâmbio Cultural, organizado pelo Grupo de Artes e Espetáculos da China, logrou fascinar e dar uma amostra do que será 2016 para a China, para a América Latina e o Caribe.

Participaram do encontro cultural a vice-primeira-ministra da China, Liu Yandong, e os embaixadores dos países da América Latina e do Caribe no gigante asiático.

De hoje até dezembro, um intenso programa cultural aproximará o povo chinês do espírito latino-americano e caribenho, e vice-versa.

Edição: Rafael Lima


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