BRASÍLIA, 16 mar (Diário do Povo Online) -- O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), afirmou em sua declaração diante das autoridades judiciais há uma semana, que seus detratores deveriam pedir desculpas para ele quando terminarem as investigações, segundo a justiça brasileira.
A transcrição completa das declarações de Lula, que foi levado pela Polícia Federal do Brasil no dia 4 de março para prestar depoimento, foram divulgadas na sexta-feira pelo Ministério Público do país sul-americano.
O ex-presidente é investigado por suposta relação com a rede de corrupção na empresa estatal Petrobras, a maior empresa do Brasil.
No seu depoimento, Lula afirmou que, apesar das acusações, será candidato presidencial nas eleições de 2018.
“Vou ser candidato à Presidência em 2018 porque acho que muita gente que fez desaforo para mim vai aguentar desaforo daqui pra frente. Vão ter que ter coragem de me tornar inelegível, ” disse.
Lula disse que o apartamento de luxo no Guarujá, litoral de São Paulo, não pertence a ele. O tríplex supostamente teria sido um presente das construtoras envolvidas na investigação de corrupção na Petrobras.
O ex-chefe de Estado foi levado de forma coercitiva para depor no aeroporto de Congonhas. A ação foi orquestrada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação conhecida como Lava Jato.
O Ministério Público investiga se o Instituto Lula, organização não governamental vinculada ao ex-presidente, recebeu cerca de 20 milhões de reais em doações (5,4 milhões de dólares) por parte das construtoras investigadas.
Lula também é investigado por supostas irregularidades no recebimento de 10 milhões de reais (2,7 milhões de dólares) em pagamentos referentes a conferencias que ele teria dado.
A rede de corrupção na Petrobras gerou uma profunda crise política no Brasil, uma vez que envolve funcionários e políticos do governo da presidenta Dilma Rousseff.
No dia 13, as principais cidades brasileiras registraram protestos em massa contra o governo de Rousseff, o ex-presidente Lula e a corrupção no país.
Sindicatos e organizações sociais convocaram para o próximo dia 18 de março atos em defensa do governo e em apoio ao ex-presidente brasileiro.
Edição: Rafael de Lima