Possível uso do sistema THAAD pelos EUA na Coreia do Sul confunde e irrita o povo chinês

Fonte: Diário do Povo Online    16.02.2016 10h03

Fu Ying discursa na 52ª Conferência de Segurança de Munique

Os EUA solicitaram a cooperação da China na resolução da questão nuclear na República Popular Democrática da Coreia (RPDC) ao mesmo tempo em que faz planos para implantar, com os seus aliados, o seu sistema THAAD de defesa antimísseis, o que confunde e irrita o povo chinês, disse Fu Ying, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Assembleia Popular Nacional.

A afirmação foi feita durante um painel na 52ª Conferência de Segurança de Munique, no qual Fu Ying expôs a posição da China sobre a questão nuclear na RPDC, a ordem internacional e as relações sino-americanas.

Quando questionada se Pequim havia perdido o "controle" sobre a República Popular Democrática da Coreia, Fu respondeu com humor que essa questão é típica do pensar ocidental.

A China nunca vai controlar outros países e jamais será controlada por eles. Sobre a questão nuclear na RPDC, os EUA solicitaram a cooperação da China mas, ao mesmo tempo, faz planos de implantar o seu sistema THAAD na Coreia do Sul, algo que confunde e irrita o povo chinês, explicou Fu.

Segundo ela, da mesma forma como o Ministro das Relações Exteriores da China já havia explicado na sexta-feira à mídia, a China defende três princípios: primeiro, não deve existir armas nucleares na península coreana sob qualquer circunstância. Segundo, ações militares não são uma opção. Terceiro, a segurança nacional da China não deve ser colocada em perigo.

Esforçando-se para responder às preocupações de cada um dos lados, a China advoga uma eventual suspensão do programa nuclear da RPDC e a retomada das conversações das seis partes (China, Rússia, RPDC, EUA, Japão e Coreia do Sul). A China está cumprindo com as suas responsabilidades, e os EUA deveriam fazer o mesmo, disse Fu, salientando que a chave para resolver a questão está com EUA.

Em relação ao papel da China no futuro, Fu acha que as pessoas não devem avaliar a China a partir da perspectiva dos Estados Unidos, salientando que a China não vai se tornar numa espécie de um novo EUA.

A China era um dos países mais pobres do mundo 30 anos atrás. Como um país em desenvolvimento, a China busca um caminho de cooperação ganha-ganha com outros países de acordo com as suas próprias condições nacionais e visões.

No seu discurso de abertura, Fu também mencionou que os valores americanos, o seu sistema de alianças militares e organizações internacionais, incluindo a ONU, são os três pilares da "ordem mundial liderada pelos EUA".

A China não pode estar totalmente de acordo com esta ordem, pois acredita em uma ordem mundial centrada na ONU e, ao mesmo tempo, numa série de mecanismos internacionais, leis e princípios.

Como um dos seus fundadores, a China tem o sentido de pertencer à atual ordem mundial. Além de se beneficiar e contribuir para a ordem internacional existente, a China também participar da sua reforma, disse Fu.

Kevin Michael Rudd, ex-primeiro-ministro australiano, NG Eng Hen, ministro da defesa de Singapura, e Robert Corker, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado americano também participaram da reunião.

Edição: Rafael Lima 

(Editor:Renato Lu,editor)

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