Opinião: O desenvolvimento comum ajuda no destino do Oriente Médio frente as turbulências

Fonte: Diário do Povo Online    23.01.2016 15h11

Neste início de 2016, o presidente chinês, Xi Jinping, viajou para a Arábia Saudita, Egito e Irã em visita oficial. Esses três países têm uma história de mais de 2 mil anos de intercâmbios com a China. Em meio ao abrandamento da economia mundial, a iniciativa “Um Cinturão e Uma Rota” pode ajudar a China e os países do Oriente Médio a encontrarem novas áreas de crescimento.

“Para a instabilidade no Oriente Médio, a solução depende do desenvolvimento”, disse Xi Jinping durante seu discurso proferido na sede da Liga Árabe enquanto apresentava as sugestões chinesas para a solução das questões da região.

Desde junho de 2014, quando Beijing sediou a conferência ministerial do Fórum de Cooperação Sino-Árabe, que contou com a presença do presidente Xi, seis países árabes assinaram acordos para a construção conjunta do “Um Cinturão e Uma Rota”, e sete países se tornaram membros fundadores do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (BAII).

Em 2014, o comércio entre a China e o mundo árabe superou os US$ 251 bilhões, tornando a China o segundo maior parceiro comercial da região. Além disso, a China assinou contratos de engenharia com os países árabes no valor de US$ 46,4 bilhões. No caso do Irã, o valor do comércio bilateral saltou de dezenas de milhões de dólares na década de 1970 para os US$ 51,8 bilhões no ano de 2014, tornando a China o maior parceiro comercial do Irã por 6 anos consecutivos.

Em várias ocasiões antes de sua visita, o presidente Xi falou sobre a ligação entre a iniciativa chinesa e os planos de desenvolvimento dos países do Oriente Médio, sobre o novo plano quinquenal entre a China e a Arábia Saudita, o novo corredor do Canal de Suez, a construção da nova capital administrativa do Egito, bem como sobre o sexto plano quinquenal do Irã, entre outras estratégias para conectar a complementaridade da capacidade industrial, finanças, tecnologia e recurso da China com as do Oriente Médio.

Para Adel Sabry, editor-chefe do site Egypt.com, a inciativa “Um Cinturão e Uma Rota” abrange um vasto leque de países e recursos financeiros, algo raramente visto no passado. No contexto da desaceleração da economia mundial, essa iniciativa pode levar os países ao longo da faixa a pegarem carona no desenvolvimento chinês.

“O locus para onde a iniciativa Um Cinturão e Uma Rota se estende é uma terra com um vigoroso intercâmbio humano”, publicou o jornal iraniano “Iran Newspaper” em referência à fala de Xi no parlatório da sede da Liga Árabe, onde depositou grande esperança na parceria entre os povos da China e do Oriente Médio.

Em uma entrevista ao Diário do Povo, George Joko Preuss, pesquisador do Instituto Europeu de Estudos Internacionais com sede em Nice, na França, disse que o entendimento e a confiança são um recurso raro neste mundo complicado. O “Um Cinturão e Uma Rota” é uma iniciativa que oferece uma plataforma para o diálogo entre as diferentes regiões e civilizações, se tornando um elo de ligação para reforçar os intercâmbios e a confiança mútua entre os países ao longo da faixa. “A cooperação com base no intercâmbio entre os povos e na aprendizagem mútua entre as civilizações é sustentável, ” disse.

Para Helmy Namnam, ministro da Cultura do Egito, o mundo atual está envolto em agitações, conflitos e ameaças terroristas. Segundo ele, o Egito está disposto a responder ativamente à iniciativa chinesa e revitalizar de mãos dadas com a China a antiga Rota da Seda.

Edição:Renato Lu

Revisão: Rafael Lima 

(Editor:Renato Lu,editor)

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