Famílias chinesas revelam um crescente interesse por robôs domésticos

Fonte: Diário do Povo Online    13.01.2016 11h19

A imprensa estrangeira avança que, tal como qualquer outra criança de 6 anos, Zhang Zhaohan, também gostaria que o seu androide usasse uma linguagem um pouco mais agressiva. Ao bater nas costas do androide foi confrontado com a resposta: “não é justo”. A sua mãe, por outro lado, gostaria que este amável androide fosse capaz de, à noite, contar uma história clássica chinesa antes do filho traquinas ir dormir.

De acordo com o jornal inglês “Times”, Zhao Zhihuan, trabalhador no setor das artes, disse que o “Xiaoyou”é um androide de entretenimento que pode ser adquirido pelo valor de 250 libras. “Não é um brinquedo, mas um companheiro ou ‘pequeno animal de estimação’”.

“Ele ajudou o meu filho a passar menos tempo a jogar no telemóvel ou no computador. Aquelas coisas são prejudiciais para a vista. Além disso, é possível aprender o lado tradicional da nossa cultura ao interagir com o robô.”

Este androide doméstico tem movimentos lentos e não distingue claramente as vozes. Contudo, desde que a família do pequeno Zhaohan acrescentou este membro à família, a casa tornou-se tão agitada como um mercado.

A reportagem refere que a indústria manufatureira de robô está em franco crescimento, tendo recebido um apoio expressivo por parte do governo e de bilionários com interesse neste segmento. Os intervenientes desta indústria esperam que neste ano o número de famílias de classe média continue a aderir a esta moda, oferecendo um companheiro eletrónico aos seus filhos.

A reportagem prossegue dizendo que, após décadas de uma política de planeamento familiar severo, restringindo as famílias a um único filho, a China anunciou, por fim, o relaxamento deste para os dois filhos. Porém, como refere o presidente da Tuling, Yu Zhichen, “muitas famílias não têm possibilidades de criar um segundo filho. As dificuldades de criar um filho já são muitas. As famílias receiam que a sua criança se possa sentir demasiado sozinha.”

A Tuling, empresa do ramo dos androides, deve o seu nome ao visionário inglês de criptografia e cálculo do período da Segunda Guerra Mundial, Alan Turing.

Yu refere que a empresa recentemente lançou uma nova gama de robôs baseados na série de desenhos animados famosa na China “Super-homem voador”. O presidente da Tuling prevê “que estes robôs substituam os brinquedos convencionais e os produtos educativos. Uma família chinesa no futuro não terá apenas um robô, mas vários. O mundo inteiro deverá tomar contacto com os robôs chineses durante os próximos dois anos.”

A China encontra-se neste momento nos lugares cimeiros da indústria de robótica, sendo que os robôs desempenham um papel cada vez mais relevante na reposição de uma força laboral em queda acentuada.

Após a demonstração de interesse por parte dos líderes do país na indústria robótica, devido ao seu potencial de combater a desaceleração económica e promoção das condições de manufatura, a China encontra-se neste momento a empreender na investigação de vários setores do ramo.

O Japão detém ainda a medalha de ouro no setor da robótica. Em novembro do ano passado, o país do sol nascente participou na Feira Mundial de Robótica realizada em Beijing, tendo atraído a atenção mundial. O vice-presidente da China, Li Yuanchao, terá ficado impressionado com a montra da Universidade de Osaka, cujos androides eram dificilmente distinguíveis de seres humanos comuns.

Edição: Mauro Marques

(Editor:Renato Lu,editor)

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