A política monetária da China e o valor do renminbi enfrentam maior incerteza no mercado de capitais depois que o Federal Reserve dos EUA anunciou pela primeira vez nos últimos 10 anos o aumento da taxa básica de juros.
Segundo a decisão do Fed, anunciado pela diretora Jenet Yellen na quarta-feira, a taxa vai aumentar em 25 pontos base.
As economias emergentes, particularmente a China, serão as mais afetadas pela decisão, de acordo com o Golman Sachs.
O renminbi pode cair ainda mais em relação ao dólar, desvalorizando ativos denominados em moeda chinesa e provocando aumento da saída de capital, segundo economistas.
O renminbi desvalorizou 1,4% em duas semanas.
De acordo com a Administração Estatal de Divisa Estrangeira, os bancos chineses compraram divisas estrangeiras no valor de US$ 116,7 bilhões no mês passado e venderam US$ 171,5 bilhões, aumentando o déficit de US$ 20,1 para US$ 54,8 bilhões em outubro, indicando uma saída acelerada de capital.
Um funcionário do órgão regulador de divisa estrangeira disse na semana passada que se for necessário, medidas poderão ser adotadas para deter qualquer fluxo anormal de capitais transfronteiriço.
O banco central da China ainda não se manifestou sobre um eventual ajuste da política monetária após o aumento da taxa de juros do Fed.
Se o crescimento da economia chinesa continuar a diminuir no próximo ano – entre 6,6 e 6,8%, como previu a Academia Chinesa de Ciências Sociais, o think tank do governo, as empresas e governos locais poderão sofrer uma maior pressão no pagamento de dívidas.
Zhu Haibin, economista chefe no JP Morgan, disse que um novo corte da taxa de juros reduziria os custos de financiamento para as empresas e os governos locais, mas o alcance para isso é muito limitado.
O banco central reduziu a taxa de juros cinco vezes no ano. A taxa de juros anual da poupança é de 1,5%, enquanto a de empréstimo é de 4,35%.
Edição:Renato Lu
Revisão: Rafael Lima