China lança seu primeiro satélite de pesquisa de matéria escura

Jiuquan, 17 de dezembro (Diário do Povo Online) - A China lançou hoje ao espaço o seu primeiro telescópio espacial em busca de respostas sobre a chamada “matéria escura”. Segundo cientistas, a maior parte da massa do universo é composta por matéria escura.

O satélite explorador de partículas de matéria escura (DAMPE, na sigla em inglês), apelidado de "Wukong", nome em chinês dado ao Macaco Rei do clássico “Jornada ao Oeste”, foi lançado ao espaço nesta manhã pelo foguete Longa Marcha 2-D a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, na Província de Gansu, noroeste da China.

O satélite vai entrar em órbita sincrônica com o Sol a 500 quilômetros de altitude e tem como objetivo observar a direção, energia e carga elétrica das partículas de alta energia no espaço.

A partir daí, cientistas esperam que o satélite de 1,9 tonelada possa ajudar no “enigma invisível” que envolve a matéria escura, ajudando a compreender melhor a existência da hipotética massa escura.

A matéria escura, que não emite ou reflete radiação eletromagnética suficiente para ser observada diretamente, é um dos grandes mistérios da ciência moderna.

Teorizada por cientistas que não conseguiam entender a falta de massa e de reflexão da luz em galáxias distantes, a matéria escura tornou-se amplamente aceita pela comunidade de físicos, embora sua existência nunca tenha sido comprovada de forma concreta.

Atualmente, os cientistas acreditam que apenas 5% da massa-energia total do universo conhecido seja composta de matéria comum, o que significa que 95% da massa do universo é constituída de matéria escura.

Assim, saber mais sobre a matéria escura poderia ajudar a humanidade a ter uma ideia mais clara sobre o passado e o futuro das galáxias e do universo, revolucionando o mundo da física e da ciência espacial.

Com o novo satélite explorador de partículas de matéria escura, os cientistas chineses vão procurar evidências de aniquilação ou decaimento de partículas de matéria escura

O Wukong vai varrer o espaço em todas as direções nos dois primeiros anos e, posteriormente, se focar em seções onde é mais provável a possibilidade de se observar a matéria escura.

Mais de 100 cientistas vão estudar os dados enviados de volta à terra pelo Wukong. Os resultados iniciais das pesquisas deverão começar a ser publicados no segundo semestre de 2016.

Edição: Rafael Lima