RIO DE JANEIRO, 15 de dezembro (Diário do Povo Online) - A atual crise política e econômica no Brasil está afetando os Jogos Olímpicos do Rio que serão realizados no próximo ano, afirmou o vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Craig Reedie.
Comparado com a construção dos estádios da Copa do Mundo 2014, a preparação para os Jogos Olímpicos do Rio alcançou grandes avanços, incluindo a conclusão da construção da maioria dos locais para o evento.
Faltam somente oito meses para a abertura das primeiras Olimpíadas a ser realizadas na América do Sul. No entanto, a grave recessão econômica no Brasil, a ameaça de impeachment contra a presidente e o escândalo de corrupção na Petrobrás causaram novos problemas para o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio.
Segundo os últimos dados oficiais, o PIB do Brasil reduziu 1,7% no terceiro trimestre deste ano em comparação com o do segundo trimestre, e diminuiu 4,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, o pior desempenho desde 1996.
Além disso, a depreciação da moeda brasileira, o Real, superou 40%, a inflação anual foi de cerca de 10%, e a taxa de desemprego, 9%. A maioria dos empresários e consumidores estão pessimistas sobre o futuro da economia do país. Isto é um grande contraste com a economia vigorosa do Brasil em 2009, quando o país ganhou o direito de sediar as Olimpíadas de 2016.
Para evitar orçamento excessivo, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio reduziu dois bilhões de reais (cerca de 530 milhões de dólares) em despesas, principalmente nos preparativos de instalações e serviços logísticos, como por exemplo, oferecer serviços e produtos mais baratos ou usar mais estádios temporários. Os custos para as cerimônias de abertura dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos também foram reduzidos.
Além disso, algumas grandes empresas de construção foram envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobrás. Elas são suspeitas de envolvimento em casos de suborno e monopólio de preços nos contratos da construção dos estádios e infraestruturas para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, no valor total de 37,6 bilhões de reais (cerca de 10 bilhões de dólares).
Quanto ao abastecimento de eletricidade, a empresa Aggreko, que já serviu várias edições dos Jogos Olímpicos, decidiu ontem não participar da licitação de fornecedores temporários de eletricidade, trazendo novos problemas para os organizadores das Olimpíadas do Rio que esperavam definir os fornecedores o mais cedo possível.
Ao mesmo tempo, os ataques terroristas ocorridos em Paris e a má segurança social do Brasil têm influência negativa na segurança dos Jogos Olímpicos. Outros problemas, tais como a poluição nas águas da regata olímpica e pressão sobre os transportes no Rio durante as Olimpíadas também precisam ser resolvidos.
“Não queremos encobrir estes problemas. Estamos num momento que precisamos fazer reajustes conforme a situação. Sempre mantemos contatos com o COI, as organizações esportivas internacionais e os comitês olímpicos dos diversos países e regiões. Acho que o mais importante é não afetar a participação dos atletas e a preparação dos Jogos Olímpicos, ” disse Carlos Nuzman, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio.
Edição: Chen Ying
Revisão: Rafael Lima