Estipula-se que o decréscimo do uso de combustíveis fósseis, como o carvão, por parte da China contribua para a queda global das emissões de carbono, refere um relatório emitido pelo Projeto Global de Carbono (PGC) na terça-feira.
Pep Canadell, da Australia’s Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization (CSIRO) foi co-autor do relatório, na categoria de diretor executivo do PGC, e referiu que o ano de 2015 poderá ser o ponto de viragem da tendência que se vinha a verificar até então. Ao invés de se registar um incremento das emissões, passar-se-á a registar uma redução.
Canadell refere que, embora o ano de 2015 tenha sido de crescimento económico, as emissões de combustíveis fósseis deverão cair em 0.6%, a primeira queda desde a crise financeira de 2008.
“O maior contribuinte para esta mudança tem sido o decréscimo do uso de carvão por parte da China”, disse Canadell num comunicado na terça-feira.
“Após o aumento acentuado das emissões durante a última década, os valores da China abrandaram 1.2% em 2014, e deverão cair 4% em 2015”.
Por seu turno, as emissões australianas perfazem 1% do total mundial, fazendo deste país o 14º maior contribuidor para as emissões de carbono. A China, EUA, Índia e a EU continuam a representar a maioria com 60%.
Contudo, Canadell afiança que o mundo neste momento apresenta uma tendência de queda das emissões, com a EU a encabeçar a lista com 2,4% de reduções face à década anterior.
O diretor-executivo mais afirma que, se a China mantiver a aposta em energias renováveis e se distanciar dos combustíveis fósseis, as emissões globais continuarão a registar quedas.
“A Estabilização ou redução da utilização do carvão na China poderia ser sustentável, tendo em conta que mais de metade do consumo energético do país adveio do consumo de energias não fósseis”.
O relatório prevê que os efeitos desta mudança de tendência possam ainda vir a surtir efeito a tempo de permitir um aumento da temperatura global abaixo dos 2 pontos percentuais ao final da década.
Edição: Mauro Marques